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Israel bombardeia prisão em Teerã, mirando em mudança de regime

Autoridades sionistas trazem atenção para suas próprias prisões políticas

Prisão de Evin, no norte de Teerã
Prisão de Evin, no norte de TeerãCréditos: Commons
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Nesta segunda-feira (23), Israel bombardeou a prisão de Evin, em Teerã, além de outros objetivos políticos dentro da capital iraniana para forçar a narrativa de mudança de regime propagada por Donald Trump.

O ministro da defesa sionista, Israel Katz, afirmou no X que se tornaram alvos israelenses "a Prisão de Evin para presos políticos e opositores do regime, o relógio da "Destruição de Israel" na Praça Palestina, a sede de segurança interna da Guarda Revolucionária, a Sede da Ideologia e outros alvos do regime".

A prisão de Evin é apontada como um dos principais centros de detenção iranianos, onde notórias figuras anti-regime estão detidas, como Narges Mohammadi, ativista vencedora do Nobel da Paz.

Imagens divulgadas pela mídia iraniana confirmam os ataques, mas, até o momento, não há informação de presos ou fugitivos. Estima-se que mais de 15 mil pessoas estejam presas em Evin, com figuras que incluem terroristas ligados ao Estado Islâmico, operativos de inteligência estrangeira e outros opositores.

O ataque acabou afetando as conexões de rede de Teerã e, neste momento, a Embaixada do Brasil no país está com problemas de internet.

Do outro lado

O ataque pode também trazer atenção para as próprias prisões políticas israelenses. Mais de 9 mil palestinos estão presos "administrativamente" — isto é, sem julgamento ou condenação formal — em prisões israelenses.

Centros de detenção como Sde Teiman, Anatot, Megiddo e Ofer, em Israel, são alvos de denúncias de organizações internacionais há décadas por conta de violações aos direitos humanos, inclusive violência sexual contra prisioneiros palestinos.

Em Megiddo, neste ano, o brasileiro Walid Khaled Abdallah, de 17 anos, foi morto sob custódia israelense.

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Alguns destes centros contam com operativos importantes de grupos como Hamas, Jihad Islâmica Palestina, Fatah e Cova dos Leões. Muitos deles foram liberados durante as negociações de cessar-fogo entre Hamas e Israel ocorridas em março deste ano.

Caso atacados, os centros de detenção de Israel poderiam gerar um estado ainda maior de vigilância dentro da Cisjordânia. 

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