Internautas pró envolvimento dos Estados Unidos na guerra contra o Irã surtaram com a postagem de uma jovem influencer do Irã, Alavi Nilofar, que se define como artista.
Ela tem 50 mil seguidores no Instagram, o que é uma enormidade para alguém do Irã, onde a rede é oficialmente bloqueada.
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O Irã tem duas redes sociais próprias.
No entanto, um grande número de iranianos usa VPN para acessar o Instagram.
O uso do WhatsApp e do Telegram é muito comum.
A mídia local chegou a repercutir que o dono do WhatsApp, Mark Zuckerberg, controlador da Meta, estaria colaborando com os serviços de inteligência para ajudar a localizar alvos no Irã.
O vídeo de Alavi que gerou repercussão foi reproduzido no X. Nele, ela diz que continua vivendo normalmente sob bombardeio de Israel e manda um "fuck" Benjamin Netanyahu, mostrando o dedo para o primeiro-ministro de Israel.
No Ocidente, existe a crença de que todas as mulheres iranianas pretendem derrubar o regime.
Internautas chegaram a questionar o Grok para saber se o vídeo foi mesmo gravado em Teerã.
É fato, já que Alavi aparece com a torre de TV da cidade ao fundo. Com 435 metros de altura, é a obra humana mais alta do Irã.
Porém, chamou a atenção o fato de que a jovem falou palavrão e não estava usando o hijab.
Diferentemente do que diz a mídia ocidental, o hijab não é mais obrigatório em Teerã. A chamada Polícia da Moralidade, nome inventado no Ocidente, não atua mais nas ruas desde as grandes manifestações de mulheres em 2022 e 2023.
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, que tomou posse no ano passado, é contra a repressão. Ele está à esquerda no espectro político iraniano, faz parte do grupo de reformistas.
Pezeshkian não está sozinho. A polícia que fiscalizava o uso do hijab nas ruas foi alvo de duras críticas de ao menos um aiatolá, revelando cisão sob a interpretação do Corão mesmo no alto escalão da hierarquia religiosa.
Entre 1 a 8 de junho de 2025, a reportagem da revista Fórum viu, fotografou e filmou dezenas de mulheres sem o hijab em Teerã.
As mulheres dirigem, trabalham, ocupam 6% das cadeiras do Parlamento e são maioria nas universidades iranianas.
Em seu relatório de 2025 sobre o Irã, o Human Rights Watch, baseado em Londres, escreveu:
As mulheres enfrentam profunda discriminação em questões de status pessoal relacionadas a casamento, divórcio, herança e decisões relacionadas a filhos. Segundo o Código Civil, o marido tem o direito de escolher o local de moradia da família e pode proibir a esposa de exercer certas ocupações se as considerar contrárias aos "valores familiares". Segundo a Lei de Passaportes, uma mulher casada não pode obter passaporte ou viajar para o exterior sem a autorização por escrito do marido, que pode revogá-la a qualquer momento. O Código Civil permite que meninas se casem aos 13 anos e meninos aos 15, e em idades mais precoces, mediante autorização judicial.