Um ataque armado contra dois parlamentares estaduais democratas deixou uma deputada e seu marido mortos e um senador e sua esposa feridos neste sábado (14) em Minnesota, no norte dos Estados Unidos. As autoridades afirmam que se trata de um ato de violência com motivação política, intensificando ainda mais o clima de tensão no país sob o governo do presidente Donald Trump.
Melissa Hortman, ex-presidente da Câmara de Representantes de Minnesota, foi assassinada junto com seu marido, Mark, em sua residência próxima a Minneapolis, segundo confirmou o governador Tim Walz. Pouco antes, o senador estadual John Hoffman e sua esposa Yvette também foram alvejados, mas sobreviveram. Ambos estão hospitalizados, e as autoridades se disseram "cautelosamente otimistas" quanto à recuperação do casal.
"O que vimos foi um ato de violência política direcionada", declarou o governador, visivelmente emocionado. "O discurso pacífico é a base da nossa democracia. Não resolvemos nossas diferenças com violência ou na mira de uma arma."
O suspeito ainda não foi capturado. De acordo com o superintendente do Departamento de Apreensão Criminal de Minnesota, Drew Evans, Hoffman e sua esposa foram as primeiras vítimas. Cerca de 90 minutos depois, Hortman e seu marido também foram atacados. Durante uma troca de tiros com a polícia, o agressor conseguiu fugir.
Segundo informações da ABC News, o autor dos disparos estaria se passando por um policial. A emissora local KSTP divulgou que as autoridades procuram um homem branco, de cabelos castanhos, usando colete à prova de balas preto sobre uma camisa azul e calças azuis.
O presidente Donald Trump se manifestou sobre o caso em comunicado oficial, condenando o ocorrido: "Fui informado sobre o terrível tiroteio ocorrido em Minnesota, que parece ser um ataque direcionado contra parlamentares estaduais. Essa violência tão horrível não será tolerada nos Estados Unidos."
O ataque acontece em meio a um período de intensas divisões políticas no país. Desde o retorno de Trump à Casa Branca em janeiro, o presidente vem sendo criticado por democratas devido à sua política de deportações, ataques a universidades e à imprensa, e tentativas de ampliar o poder executivo.
Para o governador Walz, o episódio serve de alerta: "Neste momento tão delicado, este ato trágico deve nos lembrar que a democracia se faz no debate, nos parlamentos e nos conselhos escolares — e não à bala."
*Com informações da AFP