Israel matou pelo menos 32 palestinos e deixou mais de 200 feridos em dois locais de distribuição de ajuda humanitária em Gaza, onde as pessoas esperavam receber comida.
Tanques israelenses abriram fogo contra milhares de civis reunidos em um local de distribuição em Rafah, no sul de Gaza, na manhã deste domingo (1º), matando 31 pessoas, segundo informações do gabinete de imprensa do governo de Gaza.
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Em seguida, outra pessoa foi assassinada em um tiroteio em um ponto de distribuição similar ao sul do Corredor Netzarim, na Cidade de Gaza.
Uma médica britânica que trabalha no Hospital Nasser, no sul de Gaza, descreveu, ao site Al Jazeera, a cena como "carnificina absoluta", já que dezenas de vítimas foram hospitalizadas depois que forças israelenses abriram fogo contra pessoas em um local de distribuição de alimentos próximo.
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"Estou no pronto-socorro do complexo Nasser. Houve um tiroteio no centro de distribuição de ajuda humanitária do GHF perto de Rafah", disse ela em um vídeo com pacientes e caos ao fundo.
'Armadilha mortal'
O auxílio está sendo distribuído pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), grupo apoiado por Israel e pelos Estados Unidos que completou uma primeira semana de operações muito criticada.
"A entrega e distribuição de ajuda humanitária devem ser feitas em larga escala e com segurança. Em Gaza, isso só pode ser feito por meio das Nações Unidas, incluindo a UNRWA", disse o chefe da agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini. "
Segundo ele, o "Estado de Israel deve levantar o cerco e permitir que a ONU tenha acesso seguro e irrestrito para levar ajuda e distribuí-la com segurança.Esta é a única maneira de evitar a fome em massa, incluindo entre 1 milhão de crianças". Para o comissário, "a distribuição de ajuda se tornou uma armadilha mortal".
"Com narrativas conflitantes e campanhas de desinformação a todo vapor, a mídia internacional deve ter permissão para entrar em Gaza para reportar de forma independente as atrocidades em andamento, incluindo o crime hediondo desta manhã", defendeu ainda Lazzarini.