Nunca antes na História dos Estados Unidos um presidente em exercício se beneficiou financeiramente tanto, ainda que indiretamente, do fato de ocupar a Casa Branca.
Enquanto Donald Trump inventa uma controvérsia por dia, os dois filhos dele percorrem o planeta fechando negócios que tem o potencial de render bilhões de dólares para a família e o próprio pai.
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Nem Donald Jr., nem Eric ocupam cargos no governo. Porém, ambos exercem óbvia influência junto ao presidente, que ajudaram a eleger pela segunda vez.
Desta feita, de forma descarada, os dois estão competindo para ver quem fecha negócios mundo afora o mais rapidamente possível.
Enquanto isso, o pai age como presidente-empresário.
Na segunda-feira, 5, participou de um jantar com inovadores cripto e de Inteligência Artificial. O custo do ingresso foi de U$ 1,5 milhão.
Os promotores são parte de um comitê de ação política nomeado MAGA Inc. Como Trump não pode concorrer a um novo mandato, não se sabe qual será o destino do dinheiro arrecadado.
No final do mês, no Trump National, o clube exclusivo da família em Washington, um segundo jantar será oferecido aos 220 investidores que tiverem em suas carteiras digitais o maior número de unidades da moeda meme $TRUMP.
Os 25 do topo terão direito a fazer um tour VIP da Casa Branca.
Como os donos das moedas usam pseudônimos, é tentador mesmo para lobistas estrangeiros disputar uma vaga para jantar com Trump sem dar satisfação à mídia e aos eleitores.
Um centro que monitora influência política nos EUA, o Accountable.US, disse tratar-se do:
esquema de autoenriquecimento mais descaradamente corrupto da história presidencial dos EUA.
Tática para desviar atenção
Nesta segunda-feira, 5, o presidente dos EUA disse que não tem nada a ver com a imagem dele vestido de Papa que foi divulgada em seu próprio perfil e no da Casa Branca, fato que enfureceu católicos em várias partes do mundo.
É cortina de fumaça para desviar atenção do fato de que os filhos de Trump estão envolvidos em viagens de negócio que incluiram passagens pela Hungria, Sérvia, Bulgária, Romênia, Catar e Emirados Árabes Unidos.
Donald Trump se afastou de suas empresas para assumir a Casa Branca, mas é beneficiário do truste administrado pelos dois filhos, que tocam os negócios da família.
Um dos maiores futuros empreendimentos será um novo hotel com o nome de Trump em Dubai, com o preço das unidades alcançando U$ 20 milhões. Um campo de golfe no Catar e um prédio residencial na Arábia Saudita estão em planejamento.
Uma empresa dos Emirados Árabes Unidos vai investir U$ 2 bilhões em uma nova criptomoeda da World Liberty Financial, empresa parcialmente controlada pela família Trump que foi aberta em outubro do ano passado. O nome da moeda, sugestivamente, será USD1, com o D podendo significar dólar ou Donald.
De "golpe" a fonte de renda
No passado, Trump já descreveu as criptomoedas como um "golpe". Depois de se tornar ele próprio investidor, tomou várias decisões como presidente que beneficiam o mercado das moedas digitais, um óbvio conflito de interesses.
A família também está por trás de um novo clube que será inaugurado em Georgetown, o bairro rico de Washington.
O Executive Branch será um paraíso dos lobistas. A taxa de ingresso é de 500 mil dólares. Os irmãos Cameron e Tyler Winklevoss, magnatas das criptomoedas, estão entre os sócios-fundadores.
Depois que Trump assumiu, a Comissão de Valores Mobiliários do EUA suspendeu uma investigação que envolvia a Gemini Trust, empresa controlada pelos irmãos.
