PERDEU A LINHA

Entenda a sigla de zoeira “TACO” que deixou Trump furioso na Casa Branca

Depois que presidente dos EUA “pegou ar” com a sacaneada, termo explodiu nas redes. A bem da verdade, a expressão define perfeitamente o bufão que se acha dono do mundo

Créditos: SAUL LOEB/AFP
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A quarta-feira (28) não começou bem para Donald Trump. Durante uma coletiva na Casa Branca, o ex-presidente dos Estados Unidos foi confrontado por uma jornalista com uma pergunta que, para ele, soou quase como uma ofensa pessoal. O estopim? A expressão que vem ganhando as redes e que virou piada entre analistas de mercado: TACO.

Ao ouvir que o termo Trump Always Chickens Out (“Trump Sempre Arrega”, na tradução livre), estava sendo usado com frequência para descrever sua conduta econômica errática, o magnata republicano explodiu:
“Eu, arregar? Nunca ouvi isso!”, disparou, visivelmente incomodado. E seguiu tentando se justificar, citando números de tarifas que teria reduzido e jogando a culpa nos europeus por quererem “mais tempo para negociar”. O momento mais cômico, no entanto, veio quando Trump, vermelho como um camarão, advertiu a jornalista:
“Nunca diga o que você acabou de dizer, porque essa é uma pergunta maldosa.”

De onde vem o TACO?

A sigla TACO surgiu como uma brincadeira editorial no Financial Times, mas foi um relatório do banco de investimentos Saxo que colocou mais lenha no fogo. A publicação, feita dois dias antes da coletiva, usava o termo para ironizar o recuo de Trump em impor uma tarifa de 50% sobre produtos da União Europeia, medida que ele mesmo havia anunciado com estardalhaço uma semana antes.

TACO, aliás, caiu como luva para definir o padrão trumpiano de governar com base em bravatas que viram migalhas. E como toda boa zoeira, viralizou. Especialmente em Wall Street, onde operadores já não sabiam mais se investiam em aço, soja ou GIF de frango dançando.

Arregou ou negociou?

A irritação de Trump teria alguma razão de ser, ao menos do ponto de vista de quem tenta manter a pose. Em abril, o então presidente prometeu um tarifaço que deixaria os adversários comendo poeira. Anunciou medidas contra dezenas de países, causou um tremor nas bolsas globais... e, dias depois, voltou atrás, dizendo que vários governos o procuraram para negociar. Quais governos? Ninguém sabe, ninguém viu.

A exceção notória foi a China, que reagiu com retaliações imediatas. Após alguns meses de birra tarifária dos dois lados, um acordo emergencial foi firmado, reduzindo os impostos por 90 dias, prazo que, como o histórico mostra, poderia ser renovado, cancelado ou ignorado, dependendo do humor matinal do presidente.

Aos 45 do segundo tempo, Trump ainda anunciou tarifas de 50% contra a União Europeia para entrarem em vigor em 1º de junho. Mas bastou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pedir uma “conversinha” para ele adiar tudo para julho.

O mercado reagiu como sempre: despencando hoje, respirando aliviado amanhã, e rindo no X com memes de TACO.

E assim, TACO entrou para o cardápio do caos trumpista

A cada ameaça de tarifa seguida de um recuo dramático, o apelido ganha mais força. Trump tenta bancar o durão, mas a imagem que fica é a de um chef desastrado tentando fritar o mundo inteiro numa frigideira, mas que tira o utensílio do fogo logo depois porque alguém pediu “só mais um minutinho”.

Se a zoeira não tem limites, a paciência de Trump com ela claramente tem. Mas, convenhamos: para quem faz da imprevisibilidade um método, acabar virando meme é já era algo esperado.

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