Dezenas de milhares de manifestantes ocuparam as ruas de Haia, nos Países Baixos, neste domingo (18), para protestar contra a política do governo holandês em relação ao genocídio promovido pelo Estado de Israel contra palestinos na Faixa de Gaza. A mobilização, convocada pela ONG Oxfam Novib e outras entidades, foi descrita pelos organizadores como a maior manifestação no país em 20 anos, reunindo mais de 100 mil pessoas. A polícia não divulgou estimativas oficiais de público.
Vermelho por Gaza: o símbolo do protesto
A cor vermelha dominou a manifestação. Atendendo ao chamado dos organizadores, os participantes se vestiram de vermelho para traçar simbolicamente uma “linha vermelha” contra os ataques em Gaza, pedindo que o governo dos Países Baixos rompa com a cumplicidade diante do que classificam como um genocídio.
Cartazes com frases como “Parem o genocídio” foram erguidos por pessoas de todas as idades no ato pacífico.
Para muitos manifestantes, o governo da Holanda tem responsabilidade direta ao continuar fornecendo peças para os caças F-35 utilizados por Israel em bombardeios ao território palestino.
Veja vídeos na manifestação:
Genocídio em Gaza: nova escalada de violência
No mesmo dia do protesto, o Exército de Israel anunciou amplas operações terrestres no norte e no sul da Faixa de Gaza, com dezenas de mortos relatados por equipes de resgate locais. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, ao menos 3.193 palestinos morreram desde a retomada dos ataques em 18 de março, elevando o número total de vítimas para mais de 53 mil desde o início da guerra.
A ofensiva israelense visa, segundo autoridades militares, a libertação de reféns e a destruição do Hamas, movimento considerado terrorista por Israel, EUA e União Europeia. A escalada militar, no entanto, tem recebido fortes críticas internacionais por seu impacto devastador sobre a população civil.
Caso chega ao Tribunal de Haia
O protesto em Haia ocorreu no mesmo contexto em que a Corte Internacional de Justiça (CIJ), também sediada na cidade, analisa um processo movido pela África do Sul contra Israel, alegando que a guerra em Gaza viola a Convenção da ONU para a Prevenção do Genocídio, de 1948. Israel nega categoricamente a acusação.
*Com informações da AFP