O "churrasco" que os estadunidenses promovem nos finais de semana, fritando hambúrgueres com carvão aditivado no fundo do quintal, está custando 20% mais caro por causa das tarifas que os EUA impuseram à importação da carne bovina brasileira.
De acordo com o New York Times, a carne brasileira paga hoje 36% de tarifa para entrar nos EUA, mas apenas 12% na China.
Te podría interesar
Com isso, os estadunidenses estão pagando mais caro pelo hambúrguer, que é feito da mistura de várias carnes.
O churrasco que o Brasil tornou famoso em todo o mundo é feito de cortes específicos, como a picanha, a fraldinha e a maminha.
Churrascarias brasileiras que funcionam nos Estados Unidos "importam" especialistas neste tipo de corte, que dão instrução aos frigoríficos fornecedores locais.
Nos EUA, o "churrasco" de fim-de-semana é feito com hambúrguer e hot dog.
A carne importada do Brasil é moída é acrescentada à produzida localmente, antes de chegar ao supermercado.
Entre 2023 e 2024, os EUA aumentaram em 50% as importações do Brasil para dar conta da demanda (U$ 1,6 bi).
Naquele país, as chamadas "carnes nobres" custam bem mais caro e abastecem restaurantes para quem tem renda alta -- as steakhouses que servem o filet mignon e o bife ancho a preços salgados.
Foi Trump, no seu "tarifaço", que acrescentou 10% de taxação à carne importada do Brasil.
Apetite dos chineses
No ano passado, a China importou do Brasil metade de toda a carne bovina que comprou no Exterior (cerca de U$ 6,5 bilhões).
O tradicional rodízio brasileiro faz sucesso em todo o mundo. Em Xangai, na China, uma rede de churrascarias à brasileira já tem 11 filiais.
O consumo de carne bovina vem crescendo naquele país, acompanhando o surgimento de uma classe média com maior poder de compra.
Por outro lado, nos EUA o alto custo carne nobre está empurrando os consumidores para a carne moída dos hambúrgueres, que teve alta no preço de 43% nos últimos cinco anos.
Analistas de mercado concordam que, independentemente das tarifas, só há um país com capacidade de aumentar a produção para satisfazer a demanda mundial: o Brasil.
Isso nem sempre é boa notícia para os brasileiros, uma vez que exportar em dólar ou euro tira do país quase toda a carne de melhor qualidade, podendo pressionar os preços locais.