REPRESSÃO

Mais de 400 presos nos atos do Dia do Trabalhador em Istambul, na Turquia

Governo do presidente Recep Tayyip Erdogan utilizou pelo menos 50 mil policiais para impedir manifestações na simbólica praça Taksim, o que gerou tensão

Manifestante é preso pela polícia em ato pelo Dia do Trabalhador, em Istambul, na Turquia.Créditos: Kemal Aslan/AFP
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Mais de 400 pessoas que participavam nas celebrações do Dia do Trabalhador foram presas nesta quinta-feira (1º) em Istambul, na Turquia, onde as autoridades mobilizaram mais de 50.000 policiais para impedir qualquer manifestação na simbólica praça Taksim.

“O número de prisões que nos comunicaram supera as 400”, escreveu no X um ramo de Istambul do grupo de advogados CHD. Por sua vez, o ministro do Interior, Ali Yerlikaya, disse no X que 407 manifestantes foram presos na metrópole turca. No total, 52.656 policiais foram mobilizados “para garantir a paz e a segurança em Istambul”, acrescentaram.

Jornalistas da AFP testemunharam várias dezenas de prisões nos bairros de Besiktas e Mecidiyekoy, no lado europeu da cidade, onde a polícia bloqueou as vias de acesso à Praça Taksim. Com raras exceções, concentrações foram proibidas nesta vasta esplanada, cenário de grandes lutas pela democracia, desde que as manifestações iniciadas no vizinho Parque Gezi abalaram o governo em 2013.

Como nos anos anteriores, a polícia havia fechado o acesso à praça há vários dias. A Anistia Internacional criticou na quarta-feira (30) essas restrições e pediu às autoridades que as retirassem. Por sua vez, as autoridades permitiram as manifestações em dois bairros da parte asiática de Istambul, convocadas pelos sindicatos. Cerca de 65.000 pessoas participaram delas, segundo as fontes do governo.

“Taksim tem que ser retirada desse regime opressivo”, disse em uma das manifestações Özgür Özel, líder do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata), primeira força de oposição.

No final de março, ocorreu em Istambul uma série de protestos multitudinários, de caráter inédito desde 2013, após a prisão do prefeito da cidade, Ekrem Immamoglu, principal rival do presidente Recep Tayyip Erdogan.

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