ENCONTRO SIMBÓLICO

Assange após encontro com Lula: "Alegria de sermos livres e estarmos juntos"

"Dois ex-presos políticos", escreveu o perfil oficial do Wikileaks ao compartilhar registros do encontro entre Lula e Assange

O presidente Lula e o fundador do Wikileaks Julian Assange.Créditos: Ricardo Stuckert
Escrito en GLOBAL el

O perfil oficial nas redes sociais do Wikileaks, organização internacional conhecida pela defesa da liberdade de imprensa e da transparência governamental, compartilhou nesta terça-feira (29) fotos do encontro entre seu fundador, o jornalista e programador australiano Julian Assange, e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, realizado na última sexta-feira (25) em Roma, na Itália. 

A organização se referiu a Lula e Assange como "dois ex-presos políticos" e compartilhou uma mensagem de seu fundador agradecendo ao presidente pelo encontro. 

"Alegria de sermos livres e estarmos juntos — muito obrigado, presidente Lula", diz a publicação. Confira: 

Lula e Assange em Roma 

Durante a viagem a Roma, na Itália, para o funeral do Papa Francisco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com o jornalista Julian Assange, fundador do Wikileaks. A reunião, que não constava na agenda oficial, ocorreu na última sexta-feira (25) e foi divulgada por Lula nesta segunda-feira (28).

"Recebi na última sexta-feira (25/4), em Roma, o jornalista e programador Julian Assange. Comentamos sobre o engajamento do Papa Francisco em favor da causa da liberdade de expressão e de defesa da democracia. Foi a partir da audiência concedida pelo Papa à esposa e aos filhos de Assange, em 2023, que a campanha pela libertação do jornalista ganhou novo ímpeto", escreveu Lula. 

"Fiquei muito feliz em constatar que Assange está bem de saúde e está reconstruindo a sua vida familiar e profissional. Ele é um exemplo para todos que atuam em defesa da liberdade de imprensa e dos direitos humanos", prosseguiu o presidente.

Lula e Assange: apoio de longa data

A relação entre Lula e Assange remonta a 2010, quando o Wikileaks expôs documentos secretos do governo dos Estados Unidos, revelando violações de direitos humanos nas guerras do Afeganistão e do Iraque. Na época, Lula criticou a perseguição internacional contra o jornalista e defendeu a importância da liberdade de imprensa como pilar da democracia.

Desde então, ambos mantiveram uma relação de apoio mútuo ao longo dos anos: Lula continuou se manifestando em defesa de Assange em fóruns internacionais e redes sociais, enquanto o fundador do Wikileaks, por sua vez, expressou solidariedade a Lula durante sua prisão em 2018, denunciando a perseguição política e alertando para os riscos à democracia no Brasil.

Assange passou anos refugiado na embaixada do Equador em Londres e, depois, foi preso no Reino Unido. Recentemente, alcançou um acordo que lhe permitiu deixar o país e se reunir com sua família.

O papel do Papa Francisco

O Papa Francisco também teve participação relevante na mobilização internacional em favor de Assange. Em 2023, o pontífice recebeu no Vaticano a esposa e os filhos do jornalista, gesto considerado fundamental para revitalizar a campanha por sua libertação.

Francisco, ao longo de seu papado, defendeu publicamente a liberdade de expressão, criticou a repressão política e promoveu o diálogo como instrumento de justiça e paz – valores que se conectam diretamente com a causa defendida por Assange.

Símbolo da liberdade de imprensa

O encontro entre Lula e Assange, no contexto da despedida ao Papa Francisco, reforça o simbolismo de três trajetórias marcadas pela defesa dos direitos humanos, da liberdade de imprensa e da resistência contra arbitrariedades. Ao receber Assange em Roma, Lula reiterou seu apoio histórico a quem considera um exemplo global na luta pela liberdade de informação.

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