A China irá convocar uma reunião informal do Conselho de Segurança das Nações Unidas na próxima quarta-feira (23) para debater a intimidação dos EUA através do uso de tarifas como arma para perturbação da paz, do desenvolvimento e do sistema multilateral de comércio.
Essa reunião convidará todos os 193 Estados-membros da ONU e terá como foco debater o papel dos EUA por impor tarifas unilaterais dos EUA violam as regras do comércio internacional e causam turbulência econômica significativa em todo o mundo.
"Recentemente, desconsiderando os resultados equilibrados alcançados por meio de negociações comerciais multilaterais, os EUA impuseram tarifas excessivas sob o pretexto da chamada reciprocidade e justiça, perturbando gravemente a ordem econômica global e o sistema de comércio multilateral, e prejudicando gravemente os interesses e o bem-estar das nações em todo o mundo", completou.
"Apoiamos a comunidade internacional na utilização de diversas plataformas, incluindo o Conselho de Segurança, para fomentar discussões, aprofundar a compreensão dos perigos do unilateralismo e da intimidação, reafirmar o compromisso com o multilateralismo e os propósitos e princípios da Carta da ONU e construir consenso sobre o fortalecimento do papel da ONU e a salvaguarda dos direitos e interesses legítimos de desenvolvimento de todos os países", afirmou nesta quinta-feira (17), o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores Lin Jian, em coletiva.
Defesa do multilateralismo
A China tem sido a grande porta-voz do sistema multilateral de debate e comércio, inclusive dentro do Conselho de Segurança da entidade.
No início do ano, como parte de sua presidência rotativa do Conselho de Segurança, em fevereiro de 2025, a China realizou uma reunião de alto nível, presidida pelo Ministro das Relações Exteriores Wang Yi, sobre "Praticando o Multilateralismo, Reformando e Aprimorando a Governança Global".
A reunião, que contou com a presença de mais de 100 países, enfatizou a importância do multilateralismo e de um sistema de governança global justo, com a China propondo quatro medidas-chave para revitalizar o multilateralismo e a governança global.
Wang Yi destacou quatro pontos principais:
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A ONU continua essencial para a paz e o desenvolvimento global e deve ser fortalecida, não substituída, como pilar central das relações internacionais.
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O multilateralismo é irreversível; os países devem rejeitar o unilateralismo e apoiar um sistema internacional baseado na Carta da ONU.
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A unidade entre os países é essencial; nenhum país prospera sozinho e o mundo precisa de cooperação, não de confronto ou imposição dos mais fortes.
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A governança global deve ser reformada com urgência, ampliando a voz do Sul Global e refletindo os interesses da maioria dos países.