O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez na noite desta terça-feira (4) seu primeiro discurso ao Congresso desde que assumiu o segundo mandato, em janeiro de 2025. Marcada por protestos, a sessão teve momentos de tensão, como quando o deputado democrata Al Green foi expulso do plenário após uma série de interrupções e protestos.
A ordem de remoção partiu do presidente da Câmara, Mike Johnson, republicano aliado de Trump, que justificou a medida citando "violação deliberada do decoro". Green, parlamentar pelo Texas, permaneceu em pé e gritou que Trump "não tinha mandato", enquanto outros congressistas democratas levantavam cartazes com frases como "salvem o Medicaid" e "Musk rouba".
Diante das vaias e protestos da oposição, Trump reagiu com sarcasmo. "Eu poderia encontrar a cura para a pior doença do mundo, e esses democratas ainda assim não aplaudiriam", ironizou.
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Autoelogio
Ao longo de seu discurso de mais de uma hora e meia, Trump exaltou as ações de seu governo nas primeiras seis semanas de mandato. Ele afirmou já ter assinado 100 ordens executivas e destacou medidas como a imposição de tarifas comerciais recíprocas a partir de abril e a retirada dos EUA da Organização Mundial da Saúde.
O republicano também não poupou críticas aos democratas e ao ex-presidente Joe Biden, a quem chamou de "o pior presidente da história americana". Ele atacou políticas progressistas, prometeu cortes de impostos e declarou que "os EUA não serão mais 'woke'", em referência à revogação de normas de diversidade no governo federal.
Elon Musk
Trump dedicou parte de sua fala para elogiar o bilionário Elon Musk, que atualmente comanda o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE). Sob sua gestão, o órgão tem promovido a redução de agências federais e o corte de funcionários públicos, o que tem gerado questionamentos na Justiça. O mandatário também prometeu "colocar a bandeira americana em Marte", sem dar detalhes sobre a proposta.
Tarifas
A política protecionista também teve destaque no discurso de Trump. O republicano acusou diversos países, incluindo Brasil, China e União Europeia, de adotarem tarifas injustas contra os Estados Unidos e anunciou que, a partir de abril, qualquer país que cobrar impostos sobre produtos americanos será tarifado na mesma proporção.
"No dia 2 de abril, entram em vigor tarifas recíprocas. Se nos cobrarem impostos, nós cobraremos o mesmo. Se usarem barreiras para nos impedir, faremos o mesmo com eles", declarou.