JOGO PESADO

EUA puxam o tapete de Zelensky ao barrar inteligência sobre a guerra

Exército ucraniano enfrentará colapso se não houver negociação

Às cegas.Os EUA monitoram todos os movimentos militares da Rússia e repassavam os dados à UcrâniaCréditos: Wikipedia
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O diretor da CIA, John Ratcliffe, confirmou informações publicadas na mídia estadunidense segundo as quais o governo Trump suspendeu a entrega de dados de inteligência sobre o movimento de tropas e armamentos da Rússia, que invadiu a Ucrânia há pouco mais de 3 anos.

Segundo o tabloide britânico Daily Mail, o governo Trump também proibiu o Reino Unido de compartilhar com Kiev os dados que recebe dos Estados Unidos.

Trata-se do mais duro golpe contra o governo de Volodymyr Zelensky depois que o presidente ucraniano foi humilhado por Donald Trump e o vice JD Vance no salão oval da Casa Branca.

Desde a revolução colorida da praça Maidan, em 2014, quando os EUA articularam a derrubada de um governo constitucional ucraniano liderado por um presidente que pretendia se equilibrar entre a Rússia e o Ocidente, Washington vinha usando a Ucrânia com o objetivo de expandir a OTAN e cercar Moscou.

No governo de Joe Biden, os EUA ofereceram armas de última geração a Kiev, tão sofisticadas que parte de sua operação é feita remotamente, fora da Ucrânia, por assessores militares estadunidenses.

Sem peças de artilharia

Os Estados Unidos dispõem de uma sofisticada rede de satélites, drones e aviões de espionagem que monitora as atividades militares da Rússia.

O congelamento da entrega de inteligência e novos armamentos à Ucrânia pode levar ao colapso ucraniano na frente de batalha, onde as tropas russas avançam lentamente.

A guerra, hoje, é travada essencialmente, mas não apenas, por drones. Uma autoridade ucraniana disse à CNN que, se os EUA não cumprirem compromissos assumidos, o Exército do país ficará sem peças de artilharia em maio ou junho.

Nas últimas horas, Zelensky deu uma guinada de 180 graus em sua posição, dizendo que está disposto a negociar sob o comando de Trump.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a mudança é positiva, mas lembrou a existência de um decreto assinado pelo próprio Zelensky que o proíbe de negociar com a Rússia.

Desde o confronto de sexta-feira, 28, na Casa Branca, o lobby da "guerra eterna" contra a Rússia entrou em polvorosa. Ele é formado pelos grandes fabricantes de armas, institutos patrocinados pela indústria em Washington, seus porta-vozes na mídia ocidental e integrantes da OTAN -- que buscam justificar a existência da aliança ocidental através da demonização dos russos como "perigo eslavo".

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