UCRÂNIA

Paz na Ucrânia? EUA e Rússia se reúnem na Arábia Saudita; Zelensky recusa entrega das terras raras

Lavrov e Marco Rubio se encontram para negociações de paz, mas Europa e Ucrânia ficaram de fora; Kiev recusou proposta de Trump

Créditos: DivulgaçãoX Volodymyr Zelensky
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Representantes dos Estados Unidos e da Rússia se reunirão nesta quarta-feira (19) em Riad, Arábia Saudita, para discutir o restabelecimento das relações bilaterais e avançar em possíveis negociações sobre o conflito na Ucrânia.

O anúncio foi feito pelo porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, que confirmou a participação do chanceler russo, Serguei Lavrov, e do assessor presidencial Yuri Ushakov. 

A delegação norte-americana inclui o secretário de Estado, Marco Rubio, o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, e o enviado especial para o Oriente Médio, Steve Witkoff.

Segundo Peskov, o encontro visa preparar uma possível reunião entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump, além de abordar a "resolução do conflito ucraniano". A Ucrânia e os países europeus, no entanto, não participarão das discussões. 

Lavrov questionou a necessidade de incluir europeus nas negociações: "Se [os europeus] vão sonsacar algumas ideias astutas sobre o congelamento do conflito, enquanto terão em mente a continuação da guerra, então, para que convidá-los?". O chanceler russo citou ainda os acordos de Minsk (2014-2015) como exemplos de tentativas anteriores de diálogo.

Do lado ucraniano, o presidente Volodimir Zelensky rejeitou publicamente uma proposta dos EUA que condicionava ajuda financeira e militar ao acesso a reservas de terras raras do país. 

Em entrevista à NBC, Zelensky afirmou que o acordo só seria viável com garantias de segurança dos EUA: "Se não recebermos essas garantias, o tratado econômico não funcionará". A proposta, articulada por Trump, buscava reduzir a dependência norte-americana dos minerais fornecidos pela China, essenciais para indústrias de tecnologia e defesa.

Zelensky reforçou sua posição após conversas com o vice-presidente JD Vance, durante a Conferência de Segurança de Munique: "Não deixei os ministros assinarem um acordo relevante porque, na minha visão, ele não está pronto para nos proteger". 

O governo ucraniano prepara agora uma "contraproposta" aos EUA, exigindo que o acordo gere "dinheiro e segurança". A Casa Branca criticou a decisão de Zelensky, afirmando, por meio do porta-voz Brian Hughes, que o presidente ucraniano tem uma "visão limitada" sobre uma "excelente oportunidade" que permitiria aos contribuintes americanos "recuperarem" investimentos e fortalecer a economia ucraniana.

Enquanto isso, a Europa expressa preocupação com sua exclusão das negociações. A tensão aumentou após Trump iniciar diálogos unilaterais com Putin sobre a Ucrânia e sinalizar que a OTAN não será mais prioridade estratégica dos EUA. 

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