Milhares de franceses foram às ruas de Paris na noite desta terça-feira (7) para comemorar a morte do nazista Jean-Marie Le Pen, defensor do legado de Adolf Hitler e negacionista do Holocausto, que deixou de respirar o mesmo ar que o resto da humanidade nesta manhã, aos 96 anos. Personagem vil, ele foi o maior líder da extrema direita da França no pós-guerra, deixando ainda como herança sua filha, a deputada Marine Le Pen, que atualmente comanda os cada vez mais crescentes setores ultrarreacionários da sociedade francesa.
A grande concentração de cidadãos para comemorar o fim do personagem funesto e diabólico foi na Praça da República, ponto clássico para celebrações na Cidade Luz. Com fogos de artifício, música e espumante, franceses de várias idades brindaram e dançaram no meio da rua. As imagens circulam o mundo e mostram o evento improvisado que teve por intenção celebrar o fim de uma figura que assombrou o país europeu nas últimas décadas com seus discursos racistas, incendiários e assassinos.
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Quem foi Jean-Marie Le Pen
Jean-Marie Le Pen foi um dos principais líderes da extrema direita francesa e o responsável por transformar a Frente Nacional (FN) em uma força política significativa. Nascido em 20 de junho de 1928, na Bretanha, ele fundou a FN em 1972, consolidando uma agenda nacionalista, anti-imigração e crítica à integração europeia.
O auge de sua carreira se deu 2002, quando chegou ao segundo turno das eleições presidenciais contra Jacques Chirac, marcando uma ascensão meteórica do "fascismo à francesa". Apesar da derrota, o feito consolidou a FN como um ator relevante no cenário político do país.
Le Pen defendia políticas rígidas contra a imigração e era crítico da globalização e da União Europeia. Sua carreira foi marcada por declarações revisionistas, como a que descreveu as câmaras de gás nazistas como "um detalhe da história", que geraram processos judiciais e o rotularam como antissemita e nazi.
Sob sua liderança, a FN tornou-se o principal partido da extrema direita francesa. No entanto, sua filha, Marine Le Pen, reformulou a legenda para atrair um público mais amplo, passando a chamar o partido de Reagrupamento Nacional a partir de 2018.
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