Em seu primeiro discurso após a confirmação do acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas, o primeiro-ministro sionista Benjamin Netanyahu afirmou que pode voltar a bombardear e realizar uma nova invasão territorial em Gaza após a primeira fase da trégua.
A partir das 8h30 deste domingo (19), o cessar-fogo será implementado. Havia a expectativa de um acordo em três fases, incluindo, em um segundo momento, a troca de homens em idade militar e, por fim, uma reconstrução de Gaza.
No entanto, as condições políticas internas do governo Netanyahu não favorecem o fim do genocídio. O ministro de Segurança Interna de Israel, Itamar Ben Gvir, considerado o mais extremista dos sionistas, anunciou que abandonará o cargo e que seu partido, o Otzma Yehudit, sairá da coalizão do governo, reduzindo seis cadeiras da base aliada.
Já Bezalel Smotrich, também extremista e líder do partido Sionismo Religioso, afirmou que aguardará o fim da primeira fase do cessar-fogo. Caso a guerra não seja retomada, seu partido também deixará a coalizão, diminuindo mais sete cadeiras.
O atual governo possui 68 cadeiras das 120 do Knesset. Caso os extremistas pró-continuidade do genocídio abandonem o governo, a administração de Netanyahu poderá colapsar.
Ciente dessa situação - e não sendo contrário à continuidade da limpeza étnica dos palestinos -, Netanyahu declarou que se trata de um "cessar-fogo temporário" e reforçou a necessidade de alcançar "todos os seus objetivos de guerra".
A primeira fase do cessar-fogo tem duração prevista de seis semanas.
Desde outubro de 2023, Israel matou 47.559 palestinos na Faixa de Gaza, com estimativas apontando até 186 mil mortes como consequência direta do genocídio.