Annie Altman, irmã de Sam Altman, CEO da OpenAI, o acusa de abusar sexualmente dela quando eram crianças. Sam Altman nega as alegações, afirmando que a irmã está buscando ganhos financeiros.
Annie Altman entrou com uma ação na segunda-feira, dia 6, no Tribunal Distrital dos EUA no Missouri, alegando que sofreu abuso sexual desde os três anos de idade, quando Sam tinha 12 anos, de acordo com relatórios da CNBC e da BBC. O abuso incluiria estupro.
Isso teria causado à autora da ação "severo sofrimento emocional, angústia mental e depressão", de acordo com o processo, que afirma que Annie Altman quer um julgamento e uma indenização superior a US$ 75.000.
Sam Altman negou as acusações. Ele divulgou uma declaração conjunta com sua mãe, Connie, e seus irmãos Jack e Max, dizendo que as alegações - que datam de pelo menos 2021 - são "profundamente dolorosas e totalmente falsas".
"Optamos por não responder publicamente, por respeito à privacidade dela e à nossa. No entanto, ela agora entrou com uma ação legal contra Sam, e sentimos que não temos escolha a não ser resolver isso", diz o comunicado.
Annie, segundo eles, está enfrentando "desafios de saúde mental" e "recusa o tratamento convencional e ataca os membros da família que estão genuinamente tentando ajudar". A família Altman deu a Annie um apoio financeiro substancial e "tentou conseguir ajuda médica para ela, e se ofereceu para comprar uma casa para ela por meio de um fundo".
"Apesar disso, Annie continua a exigir mais dinheiro de nós", diz a declaração, com Sam Altman afirmando mais tarde, citando a carta não publicada do advogado de sua irmã, que a compensação parece ser o objetivo principal do processo.
Sam Altman é mais conhecido como CEO da OpenAI, que criou o chatbot de IA ChatGPT. Em 2025, seu patrimônio líquido estimado era de US$ 1,1 bilhão, de acordo com a Forbes.
Enquanto isso, em um artigo no Medium em março, Annie Altman alegou não ter recebido nenhum apoio financeiro durante anos, enquanto mal conseguia pagar as contas e sofria de um problema no ovário. Altman também disse que, em um determinado momento, ela "recorreu brevemente a acompanhantes" e ao trabalho sexual on-line.
Annie Altman
"Vivi sob a autoridade de meu irmão durante toda a minha vida.
A narrativa de "Annie é louca" e "Annie não sabe como cuidar de si mesma" foi o que me criou e condicionou. Essa narrativa, juntamente com o amor intencionalmente condicional, é o que foi usado para me controlar durante toda a minha vida.
Quando deixei de ter contato, aprendi ainda mais sobre o controle que ele exercia. Não é só comigo, mas também com seus círculos sociais e profissionais. É assustador o número de pessoas que me disseram em particular que me apóiam, mas que têm pavor de falar publicamente em meu nome.
Desde que deixei de ter contato com meus parentes vivos em 2020, minha vida literal e virtual continua extremamente restrita. Várias contas foram hackeadas. Minhas classificações de podcast e visualizações no YouTube parecem ter sido removidas. Minha presença parece difícil de ser encontrada no Google. Não tenho certeza de como isso está acontecendo e não tenho os recursos para investigar mais a fundo. Recentemente, um membro do corpo docente do ensino médio, da nossa mesma escola, conversou comigo e tentou me convencer a não entrar em contato.
(...) Tentei todas as outras possibilidades, inclusive a terapia familiar no início de 2020. Depois de duas sessões com minha mãe e meu irmão, meu terapeuta me aconselhou, em particular, que não ter contato era minha melhor opção, à qual resisti por mais quatro meses. Durante esse período, eu estava lidando com a SOP (vários cistos ovarianos) e com uma tendinopatia de Aquiles recorrente que limitava muito minha capacidade de andar e de fazer movimentos normais. Eu também estava de luto pelo nosso pai, que morreu em maio de 2018.
Pedi demissão de um emprego por ter sido notificado sobre o dinheiro que meu pai havia deixado para mim e fiz um plano de seis meses para curar meu corpo. Notifiquei meus parentes sobre minha saúde e meu plano. Durante o processo burocrático, fui informado de que o dinheiro seria retido de mim até que eu chegasse aos 60 anos. Embora separados, meus pais ainda eram legalmente casados e, portanto, minha mãe tinha a opção de "cônjuge sobrevivente" para ignorar o desejo de papai de me tornar o principal beneficiário de seu 401K.
(...) Meu irmão se ofereceu para comprar uma casa para mim em 2021, entrando em contato com palavras aparentemente gentis depois de um ano e meio sem contato. Falamos ao telefone três vezes e, nessas conversas, comecei a suspeitar que a oferta era outra tentativa de controle. Parecia que eu nunca teria a posse direta da casa. Além disso, dada a natureza dos meus flashbacks de TEPT, a casa parecia um lugar inseguro para realmente curar minha mente e meu corpo."
Com informações do RT
Siga o perfil da Revista Fórum e do escritor Antonio Mello no Bluesky
