Dois grupos de mercenários brasileiros lutando em território russo estão sob cerco, desistiram do conflito e estão pedindo ajuda ao serviço de inteligência de Kiev em busca de resgate, informou hoje o canal 46 da tv russa, baseado em Kursk, região fronteiriça com a Ucrânia.
"Os mercenários brasileiros sobreviventes, depois de sofrerem pesadas baixas, recusam-se a conduzir operações de combate", informou a emissora, baseando-se em fonte militares russas. "Eles se refugiaram e estão tentando entrar em contato com seus responsáveis da Diretoria Principal de Inteligência [da Ucrânia], via satélite, exigindo sua retirada", diz a informação, também publicada no site da emissora.
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Não há confirmação oficial do episódio e é comum, na guerra de informação entre Rússia e Ucrânia, que se faça propaganda sobre o uso de mercenários pelo exército inimigo.
Neste momento, tropas ucranianas tentam manter o controle do território que conquistaram na região russa de Kursk.
Oficialmente, 12 brasileiros mortos
Kiev acusa a Rússia de ter "importado" milhares de soldados da Coreia do Norte para lutar na região. Dois deles teriam sido capturados no dia 9 de janeiro, segundo o Serviço de Inteligência Nacional (NIS) da Coreia do Sul.
No ano passado, citando o Ministério da Defesa da Rússia, o site de notícias Sputnik informou que a Ucrânia estava mobilizando mercenários estrangeiros com o objetivo de suprir problemas de recrutamento:
Várias empresas privadas ocidentais ligadas à CIA, como a infame Academi (anteriormente conhecida como Blackwater) estão envolvidas nesta campanha de recrutamento, observou o Ministério da Defesa, acrescentando que Kiev procura alistar mercenários da Ásia, América Latina e Oriente Médio em meio ao "fracasso do último esforço de mobilização na Ucrânia".
O Itamaraty reconhece oficialmente que 12 brasileiros morreram como voluntários na Ucrânia. O caso mais recente é o de Rafael Bueno de Oliveira Camargo, de Ourinhos, interior de São Paulo.
A família diz que Rafael, de 22 anos de idade, morreu no dia 8 passado.
A Ucrânia utiliza soldados estrangeiros oficialmente, através de grupos como os Legionários Internacionais.
O recrutamento muitas vezes começa online.
No caso dos Legionários, há ofertas em dinheiro:
Você recebe o pagamento padrão de um soldado ucraniano, que varia dependendo das condições do serviço. Seu pagamento será em moeda ucraniana para uma conta bancária local. O valor aproximado em dólares americanos é o seguinte: US$ 550 por mês na retaguarda, US$ 1.100 por mês para serviço em zona perigosa e até US$ 4.800 por mês para mobilização em combate.
Ou seja, quem vai à linha de frente pode receber quase R$ 30 mil mensais -- se sobreviver.