Não é a primeira vez e, na verdade, já está se tornando comum. O Papa Francisco, em viagem oficial à Indonésia, deu uma declaração em relação às famílias e à forma de viver das pessoas que gerou uma estrondosa revolta mundo afora. O assunto na boca do pontífice não é novo.
“No seu país, as pessoas têm três, quatro ou cinco filhos, é um exemplo para todos os países, enquanto alguns preferem ter apenas um gato ou um cão pequeno. Isto não pode dar certo”, disse o líder católico para o presidente indonésio Joko Widodo, que sorriu para a afirmação. Há dois anos, numa audiência oficial no Vaticano, Francisco já tinha dito algo parecido, causando os mesmos protestos.
“(Não ter filhos) É uma negação da paternidade e da maternidade e tira nossa humanidade”, disparou, sem levar em consideração inúmeros fatores que podem impedir alguém de ter descendentes, ou as decisões pensadas e tomadas por cidadãos que optam por não procriar.
Para piorar tudo, a afirmação do papa sequer foi feita com base numa realidade factual. Dados do Banco Mundial do último levantamento, realizado em 2022, mostram que na Indonésia a taxa de filhos por mulher é de 2,2, algo praticamente idêntico à média mundial, que é de 2,3.