É O IMPÉRIO, ESTÚPIDO!

VÍDEO: Nem Putin nem Zelensky – esta é a causa da guerra Rússia-Ucrânia

Numa entrevista da ex-Secretária de Estado dos EUA Condoleezza Rice as razões ocultas do que veio desembocar na guerra Rússia-Ucrânia

Condoleezza Rice.Créditos: Imagem retirada do vídeo
Escrito en GLOBAL el

Em 2014, a ex-Secretária de Estado dos EUA Condoleezza Rice deu uma entrevista que explica e antecipa de modo indireto tudo o que veio a acontecer desde aquele 2014 até a guerra Rússia-Ucrânia.

Nela, Rice diz que 80% da economia russa era dependente de exportação de óleo e gás. Seus principais clientes: os países europeus. Ela vai direto ao assunto: Quer atingir a economia russa e ao mesmo tempo vender petróleo e gás dos EUA para a Europa.

"Coincidentemente", em 2014 houve um golpe que derrubou o presidente da Ucrânia pró Rússia Viktor Yanukovytch e colocou no lugar um governo pró Ocidente, leia-se pró EUA, que quatro anos depois elegeu Volodymyr Zelensky presidente, que quatro anos depois provocou a guerra com a Rússia ao anunciar que iria aderir à OTAN e permitir mísseis em seu território, o que punha em perigo a segurança da Rússia — condição que o presidente russo Vladimir Putin afirmava que levaria à guerra.

Como resultado, veio a guerra e vieram as sanções à Rússia, a explosão do gasoduto russo que levaria gás diretamente da Rússia para a Alemanha, e agora a Europa paga mais caro pelo gás que viaja de navio dos EUA até a Europa... Russos e ucranianos pagam com suas vidas. Os Estados unidos lucram com a venda de petróleo e gás à Europa em substituição ao russo, além da venda de equipamentos de guerra.

Tudo como declarado por Condoleezza Rice nesta entrevista, que está em inglês com legendas em alemão, cuja tradução ao português está a seguir:

 

 

Condoleezza —  E também compreendo que uma das complicações são os europeus, que dependem muito dos russos para o fornecimento de energia e para as relações comerciais. Mas também precisam reconhecer que, se Putin não for detido agora, poderemos nos encontrar num conflito real com a Rússia no futuro. 

Entrevistador — A Alemanha, sem dúvida a potência mais forte da Europa, pelo menos economicamente. Tem havido críticas de que Angela Merkel e outros não foram agressivos o suficiente. O que você acha disso você acha que a Alemanha tem sido tão agressiva quanto deveria ser? 

Condoleezza — Sou uma grande admiradora da chanceler Merkel e uh... ouvi a declaração dela quando ela estava com o presidente Obama em Washington. Achei que era uma declaração muito boa, mas agora precisamos de sanções mais duras e temo que em algum momento isso provavelmente terá que envolver petróleo e gás... A economia russa é vulnerável. 80% das exportações russas são de petróleo, gás e minerais... As pessoas dizem que, bem, os europeus ficarão sem energia. Bem, os russos ficarão sem dinheiro antes que os europeus fiquem sem energia. E entendo que seja desconfortável afetar desta forma os laços comerciais. Mas este é um dos poucos instrumentos que temos. A longo prazo, pretende-se simplesmente mudar a estrutura da dependência energética. Queremos que vocês dependam mais da plataforma energética norte-americana, a tremenda quantidade de petróleo e gás que estamos encontrando na América do Norte. Queremos que vocês tenham oleodutos que não passem pela Ucrânia e pela Rússia. Durante anos, tentamos fazer com que os europeus se interessassem por diferentes rotas de gasodutos. É hora de fazer isso. E parte disso é simplesmente agir, e agir o mais rápido possível.

 


Mais claro, impossível.

 

Siga o perfil da Revista Fórum e do escritor Antonio Mello no Bluesky