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Na última quinta, dia 19, o Fórum Café recebeu a candidata do Partido pelo Socialismo e Libertação (PSL) Claudia De la Cruz para uma entrevista. Sim, há muitas outras candidaturas além das de Kamala Harris e Donald Trump.
Filha de pai e mãe caribenhos, Cláudia De la Cruz tem 43 anos, é Educadora Popular há mais de 30 anos. Em sua militância realiza trabalhos com a América Latina, em países como Cuba e Venezuela, e também com o Brasil, através do MST e da Escola Florestan Fernandes.
Milita desde cedo no Partido pelo Socialismo e Libertação (PSL), um partido jovem, que existe há 20 anos.
Segundo a candidata, tradicionalmente os movimentos negros, latinos, das mulheres eram incorporados e neutralizados pelos dois partidos hegemônicos, mas ela tem visto nos últimos anos, especialmente a partir de 2016 e mais firmemente agora, a partir do genocídio em Gaza, que isso não está mais ocorrendo, de modo mais evidente entre os jovens.
Claudia sente que está acontecendo uma maior identificação com as lutas em Gaza, no Sudão, no Congo, no Haiti, na Ucrânia e está se desenvolvendo um movimento que não é apenas antiguerra, mas anti-imperialista e anticapitalista.
O nome de Claudia e do partido estarão nas cédulas em 21 dos 51 Estados e em 19 outros as pessoas poderão voltar de modo avulso no nome dela e esse voto será contabilizado mesmo não estando na cédula eleitoral.
As eleições presidenciais nos Estados Unidos utilizam um sistema indireto com base no Colégio Eleitoral, em que os eleitores selecionados pelos estados votam no candidato que obteve a maioria dos votos em seus estados. Pode ocorrer de um candidato ter a maioria dos votos nacionalmente e perder a eleição, como aconteceu em 2000 quando o candidato democrata Al Gore teve mais votos populares que o republicano George W. Bush, mas Bush teve mais votos no Colégio Eleitoral (271 a 266) e acabou se elegendo.
Claudia De la Cruz e seu Partido não têm ilusão alguma de que venham a vencer as eleições deste ano, é claro, mas ela considera que é uma vitória estar presente nas células em 21 estados, o que jamais acontecera antes, e na possibilidade de voto em outros 19.
Diz que tem os pés bem plantados na terra e faz o trabalho necessário não somente para criar um partido que tenha acesso à eleição mas que tenha a capacidade para construir a força das massas que fará as transformações históricas necessárias rumo ao socialismo.
Sua campanha visa mais a interação com uma população que tem sido sistematicamente esquecida pelos dois partidos principais e hegemônicos e levar a mensagem do socialismo a essas pessoas. Claudia comenta até uma reação comum a algumas delas ao ouvirem falar em socialismo:
"Isto é ser socialista?! Então eu sou socialista!".
Estiveram presentes à entrevista, além do responsável pelo Fórum Café, jornalista Mauro Lopes, a enfermeira e colega de Partido de Claudia, Myrian Marques, e os jornalistas Rebeca Motta e Luiz Carlos Azenha.
Assista a um trecho curto da entrevista com Claudia De la Cruz no Fórum Café, ou vá direto à entrevista completa, a partir de 2:39:00. As duas estão a seguir.
[Se você tem dificuldade ou não compreende espanhol, clique na engrenagem no pé do vídeo, escolha legendas, espanhol (gerada automaticamente); depois clique de novo em legendas, traduzir automaticamente e escolha o idioma português]
Um trecho:
A entrevista completa:
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