A cidadão norte-americana Aysenur Ezgi Eygi, de 26 anos, uma ativista que trabalhava em projetos sociais que auxiliam o povo palestino, morta com um tiro na cabeça na Cisjordânia na sexta-feira (6), foi assassinada “muito provavelmente por um disparo efetuado pelas Forças de Defesa de Israel”, admitiu nesta terça (10) o próprio staff militar do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A desculpa foi de que o fato foi "não intencional".
A desavergonhada e indecorosa declaração de Telavive despertou fúria em Washington, desencadeando uma crise entre os dois países historicamente aliados. “É inaceitável! As forças de segurança israelenses precisam fazer algumas mudanças fundamentais na maneira como operam na Cisjordânia”, protestou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que está em viagem oficial ao Reino Unido.
Eygi atuava como voluntária num projeto social que apoia e protege agricultores palestinos dos abusos e da violência dos colonos invasores israelenses que ocupam o território. Ela estava em Beita quando foi morta, atuando ao lado de residentes da localidade que, todas as sextas-feiras, após as orações do dia sagrado, realizam protestos contra as ocupações em Avitar, uma terra historicamente pertencente a esse povo árabe e que foi tomada pelos sionistas.
O responsável pelo Hospital Rafidia, para onde Eygi foi encaminhada após ser atingida por um tiro de fuzil no crânio, explicou a agências internacionais de notícias que a jovem chegou a ser socorrida, mas a devastação do ferimento provocado pelo disparo não deu chances a ela. “Tentamos reanimá-la, mas ela não resistiu aos ferimentos”, disse o médico Fouad Nafaa.
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