Em entrevista ao Fórum Café desta segunda-feira (5), o presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) Ualid Rabah denunciou de maneira enfática o papel do Ocidente - nomeadamente, dos EUA - no genocídio contra o povo palestino operado em Gaza desde 7 de outubro.
Rabah relembra que, em termos proporcionais, o crime cometido por Israel em Gaza com endosso estadunidense se trata de uma das maiores tragédias da história.
"Ultrapassamos o número de 50 mil assassinados. Isso não é pouca coisa, isso já supera 2,5% da demografia de Gaza. Isso daria aproximadamente 5 milhões e 200 mil assassinados aqui no Brasil", afirma. O palestino soma o número de mortos confirmados (cerca de 40 mil) com o número de desaparecidos (cerca de 10 mil).
"Estamos falando em quase 22 mil crianças assassinadas", afirma. "Essa é a maior matança de crianças da história e a maior matança de mulheres da história, que agora está chegando a 12 mil, considerando as desaparecidas, e 300% de aumento de abortos involuntários", completou.
E o futuro?
Na visão de Ualid, os avanços criminosos de Israel contra Irã, Síria e Líbano são sinais do desespero israelense. "Israel está hoje nas cordas. Israel tende a desaparecer como regime tal qual está. Isso não é desaparecimento da sociedade israelense, vai haver um outro arranjo. Mas este regime genocidário de apartheid, baseado na limpeza étnica, no supremacismo judaico, este vai desaparecer", afirma.
De acordo com o militante palestino-brasileiro, o sionismo é apenas uma peça do xadrez dos Estados Unidos.
"É evidente que nós não estamos falando de Israel propriamente, nós estamos falando do Ocidente e dos Estados Unidos como grande comandante desse Ocidente", explicita o presidente da Fepal.
"Esse genocídio em Gaza é um genocídio ocidental, mais um na coleção de centenas de genocídios nos últimos 500 anos, todos eles, sem exceção, ocidentais, por suas armas, diretamente, ou por suas armas e interferências de inteligência ou de ocupação", completa.
Ele completa: é o capitalismo ocidental que intensifica suas armas contra o terceiro mundo. E os conflitos em Ucrânia, no Oriente Médio e na América do Sul são faces da mesma moeda.
"O inimigo da raça humana é a elite estadunidense, a elite inglesa, uma parcela considerável da elite francesa e alemã", afirma. "Esta é a guerra posta e, me parece que tem de haver um fracasso do Ocidente. Israel no Oriente Médio, a Ucrânia ali nas portas da Rússia e me parece que há um confronto nesta semelhança, aqui na maior reserva petrolífera do mundo, a Venezuela", completa Rabah.
EUA, governos latino-americanos de orientação neoliberal e a extrema direita brasileira tem pressionado por um golpe na Venezuela. Rabah tem um recado: "É papel do Brasil, do México e de alguns outros países deste continente, cumprirem um papel BRICS de derrotar o sionismo, derrotar os Estados Unidos, aqui no continente, derrotando-os na Venezuela", afirma.
Confira a entrevista completa de Ualid Rabah ao Fórum Café desta segunda-feira (5):