Em 2024, novos países entraram nos Brics. Além de Rússia, China, Índia, Brasil e África do Sul, se somaram ao bloco Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e uma das maiores potências militares do mundo, o Egito.
No ano passado, o Egito reforçou significativamente suas capacidades militares, posicionando-se como uma das maiores forças militares do mundo.
O país ocupa a 14ª posição entre 145 nações no índice Global Firepower, o que demonstra sua robusta infraestrutura militar e investimentos estratégicos.
Essa classificação reflete o compromisso do Egito em modernizar suas forças armadas e aprimorar suas capacidades de defesa, especialmente no poder aéreo, onde lidera a região do Oriente Médio e Norte da África.
Os gastos militares do Egito para 2023 estão estimados em cerca de US$ 5 bilhões, marcando um aumento notável em relação aos anos anteriores.
Esse investimento faz parte de uma estratégia mais ampla voltada para a modernização de seu equipamento militar e a expansão de suas capacidades operacionais.
O Egito opera uma frota de mais de mil aeronaves de combate, incluindo caças avançados como o francês Dassault Rafale e os americanos F-16. O país também desenvolveu capacidades logísticas significativas com 20 bases aéreas para apoiar suas operações.
A Marinha Egípcia está em expansão, com a aquisição de novos navios e submarinos, aprimorando sua segurança marítima e alcance operacional no Mar Mediterrâneo e no Mar Vermelho.
O Egito mantém um grande exército ativo, com reservas significativas e um foco na modernização de suas unidades blindadas e de artilharia.
Os esforços de modernização militar do Egito são impulsionados pela necessidade de enfrentar desafios de segurança regional e manter uma dissuasão estratégica sem entrar em uma corrida armamentista. Entre seus principais objetivos geoestratégicos estão a estabilidade do Sudão - país que vive guerra civil desde 2023 -, a estabilidade da Líbia - que vive em guerra civil desde a morte de Muammar Gaddafi-, e a barragem da Renascença, questão que envolve as águas do rio Nilo com Sudão e Etiópia.
A inclusão no BRICS está alinhada com a estratégia do Egito de diversificar suas parcerias internacionais e fortalecer sua posição nos assuntos globais, em especial impulsionar as relações comerciais, com o Brasil sendo um de seus parceiros comerciais significativos.
Em 2023, o comércio bilateral entre Brasil e Egito alcançou US$ 2,8 bilhões, e um crescimento adicional é esperado à medida que novos mercados se abram.
Em fevereiro deste ano 2024, o presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sisi se encontrou com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva durante a visita oficial de Lula ao Cairo.
Esta reunião foi significativa, pois marcou a celebração de 100 anos de relações diplomáticas entre o Egito e o Brasil. Os líderes discutiram vários tópicos, incluindo comércio bilateral e a questão palestino.
Esse encontro destaca o fortalecimento dos laços entre o Egito e o Brasil, especialmente à luz do novo papel do Egito no BRICS, o que pode levar a esforços colaborativos em múltiplas frentes nos próximos anos.
"O ingresso do Egito como membro do Banco do BRICS também representa um marco na colaboração efetiva entre as economias emergentes", ressaltou Lula no encontro. "Para avançar agora na maior integração entre nossos empresários, propus a negociação de acordo de cooperação e facilitação de investimentos. Assinamos nesta visita importantes acordos nas áreas de ciência e tecnologia e agricultura, que contribuirão para o desenvolvimento de áreas estratégicas", completou o presidente brasileiro.