NO EXTERIOR

História confusa: Brasileiro morre em aeroporto da Armênia após beber um líquido

Jovem do Distrito Federal faleceu em circunstâncias estranhas e o que se sabe até agora apenas confirma que algo de muito esquisito aconteceu no país do Cáucaso

Jonatham Lucas Araújo Lima, brasileiro que morreu em aeroporto da Armênia.Créditos: Redes sociais/Reprodução
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Uma história trágica e confuso tornou-se notícia nas últimas horas em todo o país. Um jovem brasileiro, de 27 anos, teria morrido em circunstâncias muito estranhas num aeroporto da Armênia, nação que fica entre a Europa e a Ásia, no Cáucaso, após supostamente ter bebido um líquido. O caso ocorreu no último dia 8, mas a família só foi informada sobre o ocorrido na quinta-feira passada (18).

Jonatham Lucas Araújo Lima, natural do Distrito Federal, vivia no Brasil com a avó, ainda que o resto da família tenha ido morar em Portugal em 2021. Os parentes, segundo as informações disponibilizadas até agora, sabiam da viagem do rapaz para a Armênia, já que ele teria ligado de lá e afirmado que estava feliz e que começaria a trabalhar. No entanto, os motivos que teriam feito com que Jonatham fosse pegar um voo no aeroporto de lá ainda são desconhecidos.

Tudo que se sabe até agora é uma mescla de dados truncados emitidos por autoridades armênias e outras obtidas por fontes diplomáticas brasileiras em Ierevan, a capital do país. Um alto funcionário do governo local, identificado como Rustam Badasyan, que seria presidente do Comitê de Receitas Públicas da Armênia, por meio de uma entrevista concedida ao portal “News”, disse que o jovem morreu após ingerir todo o líquido de uma garrafa no momento em que embarcaria num avião. Por que ele fez isso, se por determinação de alguém ou por vontade própria, ninguém sabe.

“Durante uma inspeção, garrafas foram tiradas e essa pessoa [o brasileiro Jonatham Lucas], provavelmente para eliminar suspeitas, decidiu que poderia beber o líquido. Claro que isso não é uma atitude normal. Existe agora um inquérito [em andamento], afirmou a autoridade estrangeira.

Nas redes sociais e na imprensa da Armênia, a versão que circula, em consonância com as insinuações de Badasyan, é de que a vítima supostamente estaria transportando alguma substância ilegal no líquido contido na garrafa, e que supostamente teria tentado ingerir tudo ao despertar a desconfiança de policiais. No entanto, nada sobre essa possibilidade foi apresentado até agora para que a hipótese seja considerada real.

Outras versões apontam para uma suposta determinação dos policiais para que Jonatham bebesse o conteúdo da garrafa, de forma forçada, o que acabou resultando em sua morte. Da mesma forma, tão fato também não está comprovado, tampouco há indícios até o momento de que isso tenha acontecido.

“A situação que chegou [aos familiares] é que os agentes do aeroporto obrigaram ele a beber todo líquido. Disseram que era uma garrafa de vinho, mas não tem nada mais que isso... É muito difícil [crer no que está sendo dito] porque somos pessoas muito conservadoras. Ninguém da nossa família bebe ou fuma. E todo mundo dizendo que meu filho foi levar drogas... Minha esposa está arrasada”, disse o pai do brasileiro, Rogério Hipólito, em entrevista ao portal g1.

O Itamaraty se manifestou sobre o ocorrido por meio de uma nota, na qual salienta que está cumprindo com suas incumbências em situações do tipo, mas lembrando que o fato ocorreu em solo estrangeira e que as investigações cabem apenas às autoridades armênias.

“A propósito de sua consulta, informa-se que o Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Ierevan, acompanha o caso, em contato com as autoridades locais e com a família do brasileiro, a quem tem sido prestada a assistência consular devida. Informa-se que, em caso de falecimento de cidadão brasileiro no exterior, as Embaixadas e Consulados brasileiros podem prestar orientações gerais aos familiares, apoiar seus contatos com o governo local e cuidar da expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais. O traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos, à luz do § 1º do artigo 257 do decreto 9.199/2017. Em atendimento ao direito à privacidade e em observância ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, o Ministério das Relações Exteriores não fornece informações sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros”, diz a nota da Chancelaria brasileira.