SUBCONTINENTE INDIANO

Ex-primeira-ministra de Bangladesh denuncia que EUA articularam sua queda

Sheikh Hasina afirma em carta que sofreu golpe por defender soberania de seu país

Sheikh Hasina e Lula em encontro dos Brics no ano de 2023Créditos: Ricardo Stuckert/PR
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A ex-primeira-ministra de Bangladesh Sheikh Hasina afirmou que os EUA foram responsáveis por sua queda. A líder da Liga Awami, que foi derrubada após 16 anos no poder, foi alvo de uma revolução colorida.

Hasina renunciou em 5 de agosto após protestos massivos que foram duramente reprimidos pelo governo bangladeshi e que causaram centenas de mortos e feridos.

Hoje, exilada na Índia, Hasina afirma que sua queda se deu porque seu governo não cedeu sua soberania sobre o Golfo de Bengala para os EUA.

"Me demiti para não ter que ver uma procissão de cadáveres. Queriam chegar ao poder sobre os cadáveres dos estudantes, mas não permiti, por isso renunciei ao cargo de primeira-ministra. Poderia ter permanecido no poder se tivesse renunciado à soberania da ilha de Saint Martin e permitido que os Estados Unidos dominassem o Golfo de Bengala. Peço ao povo da minha terra que não se deixe manipular pelos radicais", afirma o comunicado de Hasina.

"Me tornei sua líder porque vocês me elegeram, foram minha força", sublinhou Hasina, afirmando que seu "coração chora ao receber notícias de que muitos líderes foram assassinados, os trabalhadores estão sendo assediados e suas casas são alvo de vandalismo e incêndios".

O banqueiro Mohamad Yunus, condenado à prisão por violação às leis trabalhistas, assumiu o poder no país e deve formar uma coalizão com fundamentalistas religiosos islâmicos.

O governo laico de Hasina garantia proteção a minorias religiosas como hindus, cristãos e budistas. Porém, com a ascensão dos fundamentalistas islâmicos ao poder, perseguições contra essas populações têm sido instauradas. Bangladesh vive um momento de caos e o futuro é incerto. Agora, resta a pergunta: quem se beneficiará desta incerteza?

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