O Ministério das Relações Exteriores do governo Lula emitiu, na noite desta segunda-feira (29), um alerta consular a brasileiros e brasileiras que estão na Venezuela. Isso porque o país vive momentos de tensão em meio aos protestos organizados pela oposição ao governo de Nicolás Maduro.
Na noite desta segunda-feira (29), Maduro foi proclamado vencedor da eleição realizada no domingo (28) pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e reeleito para o seu terceiro mandato. A oposição, liderada pelo candidato Edmundo González e por Maria Corina Machado, não reconhece o resultado divulgado pelo CNE e diz que derrotou Maduro com mais de 70% dos votos, alegando fraude, e convocou a população às ruas para protestar contra o governo.
Opositores a Maduro, então, passaram a promover atos violentos em diferentes partes da Venezuela. Há relatos de quebra-quebra, incêndios, barricadas, invasões e saques.
Diante deste cenário de turbulência política, o governo brasileiro recomendou que os cidadãos do país que estiverem na Venezuela evitem aglomerações e busquem informações sobre segurança junto ao serviço consular.
"Em vista dos recentes acontecimentos na Venezuela, o Ministério das Relações Exteriores recomenda que brasileiros e brasileiras residentes, em trânsito ou com viagem marcada no país acompanhem a página e as mídias sociais da Embaixada do Brasil em Caracas, mantenham-se informados sobre a situação de segurança nas áreas onde se encontram e evitem aglomerações", diz o alerta.
O Itamaraty disponibilizou, ainda, números de telefone do plantão consular para caso de emergências. São eles: +58 414-3723337 (com Whatsapp) e +55 (61) 98260-0610.
Atos violentos são tentativa de golpe, diz Maduro
Após a votação tranquila e sem incidentes na eleição do último domingo (28), o clima ficou tenso na Venezuela com protestos violentos nas ruas contra o presidente Nicolás Maduro, que foi proclamado como o vencedor do pleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e reeleito para o seu terceiro mandato.
A oposição, liderada pelo candidato Edmundo González e por Maria Corina Machado, não reconhece o resultado divulgado pelo CNE e diz que derrotou Maduro com mais de 70% dos votos, alegando fraude.
Ninguém, entretanto, apresentou até o momento qualquer prova de que a eleição tenha sido fraudada ou que Gonzáles, de fato, tenha derrotado o atual presidente. O governo chavista, por sua vez, também não apresentou ainda as atas de votação, alegando ataque hacker ao sistema eleitoral – Maduro afirmou que os documentos serão disponibilizados nos próximos dias.
Na noite desta segunda-feira (29), logo após o CNE proclamar Maduro como vencedor com 51,2% dos votos, eleitores da oposição, incentivados por Gonzáles e Machado, passaram a promover atos violentos em diferentes partes da Venezuela. Há relatos de quebra-quebra, incêndios, barricadas, invasões e saques. Em Guaira, norte do país, manifestantes derrubaram uma estátua em homenagem a Hugo Chávez.
Em live nas redes sociais, Maduro denunciou os atos violentos como "parte da tentativa de golpe" deflagrada pela oposição com "a ajuda dos Estados Unidos".
"Temos assistido a um conjunto de acontecimentos, mais de 100 ataques violentos, terroristas (...) Isso é fruto de um plano que venho denunciando. Eles participaram para aproveitar a campanha eleitoral e criar comandos para organizar grupos criminosos”, disse o presidente venezuelano.
“Por trás desse plano estão os gringos. Sempre foram eles. Antes, durante e depois de [Juan] Guaidó [líder oposicionista que chegou a se autoproclamar 'presidente' da Venezuela]. Fabricado nos EUA (...) Este grupo é um grupo fascista, uma contrarrevolução violenta, fascista e criminosa”, prosseguiu.
Segundo Maduro, os oposicionistas que estão participando dos protestos nas ruas "têm um plano violento, uma chamada revolução colorida novamente, uma conspiração e uma escalada de violência para matar pessoas". O mandatário destaca que a extrema direita tem um "modus operandis" que “tem sido utilizado desde o Golpe de Estado de abril de 2002, para a primeira guarimba [protesto de barricadas típico da Venezuela] de 2004, para as ações de Capriles depois das eleições e pelas guarimbas de 2014.”