O presidente dos EUA Joe Biden tem tentado se justificar sobre o seu péssimo desempenho no debate contra Donald Trump na semana passada.
A cada dia que passa, mais pressão se cria no círculo democrata para tentar convencer o atual presidente a desistir da candidatura por conta de seu estado mental.
As recentes declarações do próprio Biden e da porta-voz da Casa Branca não estão melhorando a situação. Karine Jean-Pierre, a voz de Biden para a imprensa, falou que o presidente teve um desempenho ruim no debate porque estava "gripado".
Do outro lado, o presidente Biden afirmou em um convescote para doadores que estava muito cansado e por isso perdeu o embate com Donald Trump.
“Decidi dar a volta ao mundo algumas vezes pouco antes do debate, não ouvi a minha equipe e quase adormeci no palco. Não é uma desculpa, mas uma explicação”, disse Biden.
Fontes de correspondentes dos grandes jornais na Casa Branca afirmam que têm sido pressionados pela assessoria de imprensa a não fazer perguntas sobre o estado mental do presidente.
Como está a corrida
Mas ao mesmo tempo, pesquisas têm indicado que outros candidatos têm tido desempenho similar ou igual a Biden sem fazer campanha para presidente.
De acordo com a pesquisa da CNN, a vice-presidente Kamala Harris é o nome mais forte do partido Democrata para enfrentar Trump. Segundo o levantamento, Harris e o ex-presidente aparecem tecnicamente empatados, com 45% e 47%, respectivamente. Atualmente, as pesquisas indicam 43% para Biden e 49% para Trump.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, está atrás de Trump por 48% a 43%, o secretário de Transportes, Pete Buttigieg, que concorreu à indicação democrata em 2020, está atrás de Trump por 47% a 43%, e a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer, está atrás de Trump por 47% a 42%, de acordo com hipotéticos confrontos na pesquisa.
Biden vai desistir?
A narrativa oficial do partido democrata é de que Biden permanecerá na campanha até o último momento possível. Apesar da forte pressão da base eleitoral, com mais de um terço dos eleitores pedindo pela troca do candidato, o núcleo do partido está irredutível e aposta na reeleição do presidente.
Segundo o veículo estadunidense Axios, somente um fator poderia facilitar o fim da candidatura de Biden neste momento: o núcleo pequeno e fiel que circunda o presidente. Trata-se da primeira-dama, Jill Biden, de sua irmã Valerie e do ex-senador Ted Kaufman.
“A única maneira de o presidente Biden se afastar da campanha, apesar do fracasso do debate, é se o mesmo pequeno grupo de leais de longa data que permitiu a sua candidatura de repente (e surpreendentemente) decidir que é hora de abandonar a corrida”, afirma o artigo da Axios.