O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou uma atitude após o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, falar em "banho de sangue" caso perca as eleições presidenciais do próximo domingo (27).
Em conversa com jornalistas estrangeiros no Palácio da Alvorada, Lula informou que decidiu enviar seu assessor especial para assuntos internacionais Celso Amorim à Caracas para acompanhar o pleito. Além de Amorim, o Brasil enviará observadores internacionais.
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Lula espera que Maduro, caso perca a eleição, respeite o Acordos de Barbados, que prevê a plena participação da oposição venezuelana na eleição e o reconhecimento do resultado por todos os candidatos.
Recado
Na mesma entrevista a jornalistas estrangeiros, Lula mandou recado a Nicolás Maduro após polêmica criada pela mídia neoliberal brasileira.
"Eu fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto. O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica; quando você perde, você vai embora", afirmou Lula, segundo a agência Reuters.
Na semana passada, a mídia neoliberal especulou com uma resposta de Lula sobre a declaração em que Maduro fala em "banho de sangue" se não for reeleito na Venezuela.
"Por que eu vou querer brigar com a Venezuela? Por que eu vou querer com Nicarágua? Por que eu vou querer com a Argentina? Eles que elejam os presidentes que quiserem. O que me interessa é a relação de Estado para Estado", disse Lula na sexta-feira (19), gerando gritaria entre os donos de jornalões no país.
O presidente brasileiro ainda aproveitou as agências internacionais para mandar um recado ao colega venezuelano.
"Eu já falei para o Maduro duas vezes, e o Maduro sabe, que a única chance da Venezuela voltar à normalidade é ter um processo eleitoral que seja respeitado por todo o mundo".
"Se o Maduro quiser contribuir para resolver a volta do crescimento na Venezuela, a volta das pessoas que saíram da Venezuela e estabelecer um Estado de crescimento econômico, ele tem que respeitar o processo democrático", emendou Lula.