Charles Moran, o porta-voz do maior grupo LGBT conservador dos Estados Unidos, celebrou no X: toda linguagem discriminatória da plataforma do Partido Republicano foi retirada.
A mudança foi atribuída a Donald Trump, que agora tem firme comando sobre o partido e reescreveu a plataforma que, por exemplo, condenava o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
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Moran também agradeceu à ex-primeira-dama Melania, que este mês promoveu um evento em Nova York para arrecadar dinheiro para o grupo, o Log Cabin Republicans.
Sobre a decisão de Trump:
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Os republicanos da Log Cabin tem trabalhado há décadas para ajudar a construir um Partido Republicano mais inclusivo e atualizar a linguagem desatualizada e fora de sintonia da plataforma. Hoje, esse trabalho árduo finalmente se concretizou.
GUINADA AO CENTRO
Na primeira noite da Convenção do Partido Republicano em Wisconsin, ficou claro: Trump "paz e amor" deu uma guinada ao centro, em busca de votos.
Quando discursar, na noite de quinta-feira, deve tentar sepultar sua imagem de extrema direita, como aliás tentaram fazer outros líderes de extrema direita da Europa, em busca de sucesso eleitoral.
Oradores negros ocuparam lugar de destaque nos primeiros eventos da Convenção. Um senador negro chegou a ser cotado para ocupar a vice-presidência na chapa: Tim Scott, da Carolina do Sul.
Trump escolheu JD Vance, senador de 39 anos por Ohio, para dar uma satisfação à sua base de extrema direita e consolidar sua votação com eleitores brancos de classe média baixa de estados decisivos, como a Pensilvânia, Wisconsin e Michigan.
Com isso, ficou livre para encarnar o "paz e amor".
ABORTO, TEMA CENTRAL
É por isso que Trump modulou sua opinião sobre o aborto. Como acontece no Brasil, republicanos mais à direita querem banir o aborto mesmo em casos de estupro e cogitam proibir a pílula do dia seguinte.
Trump, por sua vez, depois de uma série de opiniões contraditórias, agora tem dito que cabe aos estados tomar decisões sobre o tema.
É o medo do voto feminino, que por si só pode ser o principal fator numa vitória de um democrata em novembro.
Em outra grande novidade em relação a convenções anteriores, pela primeira vez um líder sindical discursou: o presidente do poderoso sindicato dos caminhoneiros, os Teamsters.
Ele não formalizou seu apoio a Trump. Uma decisão poderá ser tomada depois de uma consulta a 1,3 milhão de sindicalizados, que estão divididos.
Sean O'Brien, o líder dos Teamsters, foi aplaudido várias vezes por uma plateia acostumada a demonizar o sindicalismo, quando atacou "a elite" e as "grandes corporações".
Os Teamsters apoiaram Joe Biden em 2020 e, se ficarem em cima do muro este ano, podem beneficiar Trump.
A ESPOSA DO VICE
A plataforma reescrita por Trump tem como um dos focos principais o combate à imigração ilegal.
Porém, os republicanos passaram a enfatizar que apoiam a imigração legal.
Para deixar claro que não são xenofóbicos, agora apontam para a esposa do candidato a vice JD Vance, Usha, que é filha de imigrantes indianos e tem a pele morena.
Ela era advogada de corporações, mas pediu demissão depois da escolha do marido.
Visualmente, Usha incorpora a ideia de que a plataforma dos republicanos, reescrita por Trump, é realmente inclusiva.