GENOCÍDIO

Suplicy denuncia Israel por morte de idosas de 80 anos, tias de professor da Unicamp

O horror cometido por Israel contra os palestinos prossegue, agora com o assassinato de três senhoras ao redor dos 80 anos. Número de palestinos mortos pode passar dos 180 mil

Créditos: Istagram do deputado Suplicy
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O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) denunciou em seu perfil no Instagram mais um crime bárbaro cometido pelas Forças Armadas de Israel: a morte de três idosas, ao redor de 80 anos, uma delas cadeirante, deixada para morrer na casa em chamas.

O horror a que Israel submete os palestinos em Gaza só não é maior que o silêncio com que as atrocidades são ocultas pela mídia ocidental, censuradas ou compradas pelo lobby sionista.

A brutalidade, a desumanidade e a extrema violência do exército de Israel em Gaza, na Palestina, provocou a morte de três senhoras com cerca de 80 anos. Depois de terem a casa invadida, duas foram mortas com tiros e uma terceira, cadeirante, morreu viva queimada, após a casa ser incendiada. As mulheres eram tias do professor da Unicamp, Hazem A. Ashmawi @ashmawihazem, a quem me solidarizo. Passou a hora de por fim à essa barbárie e às mortes dos dois lados. É urgente que todos os povos do mundo venham a conclamar contra essa guerra absurda e que haja uma reação de toda a humanidade contra o genocídio do povo palestino.

Número de mortos pode passar dos 180 mil

Uma publicação na prestigiosa revista científica britânica The Lancet lança novos números sobre o genocídio em Gaza.

Uma das maiores dificuldades numa guerra é a contagem de mortos. Ainda mais numa guerra de extermínio, quando são destruídas não somente as pessoas, mas suas casas, igrejas, edifícios, hospitais, escolas, postos de ajuda humanitária, como acontece em Gaza.

Como calcular o número de mortos sob os escombros, se Gaza é praticamente só escombros?

Como calcular também quantos estão morrendo de fome ou sem cuidados médicos? Como contar os corpos que foram levados nas escavações que recolheram terra para montar o porto improvisado em Gaza para as "ajudas humanitárias", sempre em número insuficiente?

O artigo faz esse levantamento, a partir de informes científicos:

Os conflitos armados têm implicações indiretas para a saúde, para além dos danos diretos da violência. Mesmo que o conflito termine imediatamente, continuará a haver muitas mortes indiretas nos próximos meses e anos devido a causas como doenças reprodutivas, transmissíveis e não transmissíveis. 

Prevê-se que o número total de mortos seja elevado, dada:

  • a intensidade deste conflito; 
  • infraestruturas de saúde destruídas; 
  • grave escassez de alimentos, água e abrigo; 
  • a incapacidade da população de fugir para locais seguros; 
  • e a perda de financiamento para a UNRWA, uma das poucas organizações humanitárias ainda ativas na Faixa de Gaza. 

Nos conflitos recentes, essas mortes indiretas variam entre três a 15 vezes o número de mortes diretas. 

Aplicando uma estimativa conservadora de quatro mortes indiretas por uma morte direta às 37 396 mortes notificadas, não é implausível estimar que até 186 000 ou até mais mortes possam ser atribuíveis ao atual conflito em Gaza

Utilizando a estimativa da população da Faixa de Gaza para 2022 de 2 375 259, isto se traduz em 7,9% da população total da Faixa de Gaza

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Como crianças são 40% da população de Gaza, o estudo mostra que mais de 72 mil crianças foram mortas por Israel. É toda a torcida que estava assistindo ontem ao jogo Colômbia e Uruguai pela Copa América: 70644.

O artigo de Rasha Khatib (Advocate Aurora Research Institute, Milwaukee, WI 53233, USA; Institute of Community and Public Health, Birzeit University, Birzeit, Palestine),Martin McKee (Department of Public Health and Policy, London School of Hygiene & Tropical Medicine, London, UK) e Salim Yusuf (The Population Health Research Institute, McMaster University and Hamilton Health Sciences, Hamilton, ON, Canada) conclui:

É essencial um cessar-fogo imediato e urgente na Faixa de Gaza, acompanhado de medidas que permitam a distribuição de suprimentos médicos, alimentos, água potável e outros recursos para as necessidades humanas básicas. Ao mesmo tempo, é necessário registrar a escala e a natureza do sofrimento neste conflito. Documentar a verdadeira escala é crucial para garantir a responsabilização histórica e reconhecer o custo total da guerra. Também é uma exigência legal. As medidas provisórias estabelecidas pelo Tribunal Internacional de Justiça em Janeiro de 2024, exigem que Israel “tome medidas eficazes para prevenir a destruição e garantir a preservação de provas relacionadas com alegações de atos no âmbito da… Convenção do Genocídio”. O Ministério da Saúde de Gaza é a única organização que conta os mortos. Além disso, estes dados serão cruciais para a recuperação pós-guerra, a restauração de infraestruturas e o planejamento da ajuda humanitária.