Parlamentares republicanos reverenciam o AR-15, o rifle utilizado por Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, para atirar em Donald Trump.
É um dos armamentos mais presentes em assassinatos em massa nos Estados Unidos.
O FBI ainda investiga como Cooks obteve a arma com a qual matou uma pessoa e feriu gravemente outras duas, além de acertar Trump na orelha direita.
Os Estados Unidos baniram os chamados "rifles de assalto" entre 1994 e 2004.
Defensores das armas alegam que o AR-15 não se enquadra na categoria, uma vez que ele é semi-automático, ou seja, requer que o gatilho seja acionado a cada tiro.
Porém, o fuzil pode ser costumizado.
TRUMP, O DEFENSOR DO ARMAMENTISMO
Ironicamente, Donald Trump é o candidato da National Rifle Association, o poderoso lobby dos fabricantes que batalhou para que o Congresso não renovasse o banimento dos rifles de assalto que vigorou durante dez anos.
Durante duas aparições públicas recentes, o presidente Joe Biden destacou que as balas são a principal causa de morte de crianças nos Estados Unidos e prometeu passar no Congresso uma nova lei para banir os rifles.
Um levantamento da Universidade de Georgetown concluiu que cerca de 25 milhões de estadunidenses são donos de alguma versão do AR-15.
Foi a arma escolhida por Salvador Ramos. Ele comprou legalmente o rifle que utilizou para matar 19 estudantes e professores na escola primária de Uvalde, no Texas, em maio de 2022.
Apesar dos assassinatos em massa nos EUA, aliados de Donald Trump defendem colocar segurança armada nas escolas públicas, o que aumentaria ainda mais os lucros dos fabricantes.
AMMOSEXUAL?
O deputado republicano Andrew Clyde, da Georgia, aliado de Trump, chegou a distribuir para colegas um alfinete de lapela que era uma réplica do AR-15.
Um dos que usaram o alfinete foi o admirador de Trump e Jair Bolsonaro, o filho de brasileiros George Santos, deputado que foi cassado por falsificação do currículo e financiamento ilegal de campanha.
Ontem, depois do atentado, Clyde pediu orações por Trump e pelos Estados Unidos.
O deputado, dono de duas lojas de venda de armas, apresentou em maio deste ano, com apoio de 86 colegas, um projeto para impedir a checagem do comprador exigida por lei. De acordo com o site da Câmara dos Estados Unidos:
A regra exige que os cidadãos obtenham uma licença federal de porte de arma de fogo, realizem uma verificação de antecedentes e preencham a documentação de registro de armas para vender até mesmo uma única arma de fogo.
Ou seja, Clyde e uma significativa bancada defendem o liberou geral.
Sobre o jovem que atirou em Trump, o FBI ainda não confirmou se ele vestia uma camiseta de "ammosexual", em geral usada por pessoas que se dizem apaixonadas por armas e munição.