Israel lançou um brutal ataque ao campo de refugiados de Nuseirat, no centro da Faixa de Gaza, que deixou pelo menos 210 mortos e mais de 400 feridos, na manhã deste sábado (8). Um mercado, lotado, foi um dos alvos dos mísseis disparados por caças supersônicos das IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) e navios militares ancorados no litoral mediterrâneo do território palestino.
A devastadora carnificina ocorreu nos momentos que envolveram uma operação de resgate levada a cabo por unidades especiais da IDF que conseguiu recuperar quatro dos reféns tomados pelo grupo radical Hamas nos ataques lançados em território israelense em 7 de outubro do ano passado. As imagens, chocantes, mostram muitos civis, sobretudo crianças, totalmente ensanguentados e dilacerados, sendo carregados por outros civis em estado de desespero.
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A direção da organização não governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) em Gaza, que atua no Hospital Al-Aqsa, classificou a situação no atendimento às vítimas como “pesadelo”, já que não há profissionais, insumos e instalações adequadas “para tratar um número esmagador de pacientes gravemente feridos, muitos dos quais são mulheres e crianças”.
Samuel Johann, coordenador de MSF em Gaza, questionou aos gritos numa transmissão da rede de notícias Al Jazeera, do Catar, “quantos mais homens, mulheres e crianças terão de ser mortos antes que os líderes mundiais decidam pôr fim a este massacre?”.
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Desde as primeiras horas do dia a imprensa internacional vem reverberando a ação militar israelense que conseguiu chegar a quatro reféns tomados pelo Hamas há oito meses, identificados pelo gabinete do primeiro-ministro de Israel como Noa Argamani, Almog Meir Jan, Andrey Kozlov e Shlomi Ziv. No entanto, o massacre de mais de duas centenas de civis inocentes, em grande parte mulheres e crianças, realizado em simultâneo na operação, não ganha a mesma dimensão nas coberturas jornalísticas.
A destruição massiva perpetrada por Israel em todo o território da Faixa de Gaza já deixou, desde o início da brutal ofensiva, dias após os ataques de 7 de outubro de 2023, quase 40 mil civis mortos, em sua maioria crianças, mulheres e idosos.