A extrema direita está liderando as eleições francesas legislativas por considerável margem na maioria das cadeiras disputadas no pleito de hoje.
Mas boa parte dos distritos eleitorais possui segundo turno, que pode ser entre dois ou três candidatos. O "run-off" triplo ocorre quando nenhum candidato obtém a maioria absoluta.
Os dois primeiros candidatos e outro que tenha recebido mais de 12,5% dos votos de eleitores registrados vão para a disputa final, que ocorre no próximo domingo (7).
O primeiro-ministro do país e líder do partido de Emmanuel Macron, Gabriel Attal, anunciou que seu partido abandonará as candidaturas em que estiver em terceiro lugar, para formar uma 'frente ampla' contra a extrema direita do Reagrupamento Nacional.
"Nenhum voto para o RN. Os candidatos macronistas vão abandonar o 2º turno, em todos os lugares que eles tiverem em 3ª posição", disse Attal.
O ex-presidenciável e líder do partido França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, que falou em nome da coalizão de esquerda, afirmou que seu partido também fará o mesmo.
"Nossas instruções são simples, diretas e claras. Nenhum voto a mais, nenhum assento a mais para o RN", acrescentou Mélenchon.
A extrema direita soma cerca de 35% dos votos, com 28% nas mãos da esquerda e 20% na mão de Macron. Outros votos estão espalhados entre os Republicanos - que somam cerca de 10% - e grupos minoritários de esquerda e extrema direita.
A coalizão entre centro e esquerda não significa, necessariamente, que isso se repita no parlamento. A única missão, neste momento, é barrar uma vitória de Le Pen, mas não governar juntos após a definição dos resultados.
A probabilidade é que o parlamento francês fique completamente estagnado nos próximos dois anos, até que novas eleições ocorram em 2027.