A população do México foi às urnas neste domingo (2) e elegeu, pela primeira vez em sua história, uma mulher como presidenta da República: Claudia Sheinbaum. É o que aponta a projeção oficial mexicana e ao menos cinco pesquisas de boca de urna divulgadas por entre 2h e 3h da manhã (horário do Brasil) nesta segunda-feira (3).
De acordo com o Instituto Nacional Eleitoral (INE), Sheinbaum, do Movimento de Regeneração Nacional (MORENA), obteve entre 58,3 e 60,7% dos votos, vencendo sua adversária Xóchitl Gálvez, de direita e filiada ao Partido de Ação Nacional (PAN), que deve registrar entre 26,6% e 28,6%.
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Pesquisa boca de urna do instituto Covarrubias e Asociados aponta que Sheinbaum será eleita como presidenta do México com 60,53% dos votos, contra 27,4% de Galvez. Já levantamento do Buendia e Márquez coloca a candidata de esquerda com 61,4% ante 30% da representante da direita mexicana.
A primeira parcial da apuração divulgada pelo Programa de Resultados Eleitorais Preliminares (PREP), por sua vez, também aponta para a vitória de Claudia Sheinbaum: com 27,4% das urnas apuradas, a candidata do MORENA conta com 57,2% dos votos, contra 30% da concorrente filiada ao PAN.
Mario Delgado, presidente do MORENA, legenda de Sheinbaum, já anunciou a vitória:
"Temos a sorte de viver em um momento estelar da história do nosso país e também para a nossa América Latina e o mundo: Claudia Sheinbaum será a primeira mulher presidenta de nossa história e da América do Norte (...) Hoje a soberania, a independência e a democracia triunfaram. O povo mostrou que não se deixa enganar, nem com campanhas de ódio, nem com mentiras. Teremos uma presidente e é a doutora Claudia Sheinbaum".
Assista ao discurso:
Quem é Claudia Sheinbaum
Claudia Sheinbaum é de esquerda e filiada ao Movimento de Regeneração Nacional (MORENA), partido do atual presidente Andrés Manuel López Obrador, conhecido como AMLO, que goza de grande popularidade. Cientista política e engenheira ambiental, Sheinbaum concorre em uma coalizão que conta, além do MORENA, com o Partido do Trabalho (PT) e o Partido Verde Ecologista do México (PVEM).
Ela ganhou notoriedade por ser a primeira mulher e a primeira judia a ocupar o cargo de prefeita da Cidade do México em 2018. Tem uma longa história de atuação em níveis regionais e nacionais. Começou sua carreira política em 2000, quando foi nomeada Secretária do Meio Ambiente do Distrito Federal pelo seu padrinho político, AMLO, quando este governou a capital mexicana.
Seu principal foco como prefeita da Cidade do México foi a implementação de políticas ambientais e de desenvolvimento sustentável, incluindo a expansão da coleta de água de chuva, a reforma do gerenciamento de resíduos e o início de um programa de reflorestamento.
Em 2023, ela anunciou que deixaria o cargo de prefeita para concorrer às eleições presidenciais de 2024, tornando-se a candidata oficial do partido MORENA. A carreira de Sheinbaum é marcada por suas posições progressistas e ambientalistas e é declaradamente uma crítica do modelo econômico neoliberal.