A Coreia do Norte se pronunciou oficialmente pelos ataques com balões de lixo enviados para a Coreia do Sul durante a última semana.
Entre os dias 28 e 29, Pyongyang enviou balões com lixo, como papel higiênico usado e restos alimentares podres, para a parte sul da península coreana.
Ao todo, foram mais de 15 toneladas de lixo enviadas para a República da Coreia.
O ataque foi uma resposta a uma ofensiva de Seul, que havia enviado balões com propaganda capitalista na semana anterior, com panfletos e fitas, para a fronteira norte.
“Fizemos com que a República da Coreia tivesse a experiência suficiente sobre o quão desagradável e cansativo é remover lixo espalhado pelo chão”, disse Kim Kang Il, vice-ministro da Defesa norte-coreano.
Seul afirmou que a ação foi uma violação do direito internacional de baixo nível.
O uso de balões para propaganda é uma tática antiga que se estende desde a guerra da Coreia, nos anos 1940, e se mantém até hoje.
A sub-chefe de departamento do Comitê Central do Partido do Trabalho da Coreia, Kim Yo Jong, irmã de Kim Jong Un e possível substituta na linha de comanda do partido, publicou artigo explicando a ação.
"As escórias humanas da RC falam da “liberdade de expressão” quanto ao lançamento de panfletos para a RPDC e cinicamente qualificam nossa ação semelhante de uma “violação evidente da lei internacional”. A “liberdade de expressão” e a “lei internacional” são determinadas de acordo com a direção de voo dos balões? É muita provocação. É uma oportunidade pela qual podemos, mais uma vez, confirmar o quão torpe e cínica é a corja da RC", completou.
Os ataques foram cessados, mas mostram, mais uma vez, o distanciamento entre as duas coreias a partir da radicalização do Sul, que tem um governo de extrema direita desde o ano passado e tem abolido uma retórica de paz na península.
O avanço militar estratégico e a parceria entre Pyongyang e a Rússia tem fragilizado o sul.
E os ataques com balões são apenas uma provocação que ilustra o péssimo nível de relações entre Seul e o Norte.