A consultoria Henley & Partners divulgou neste mês o Relatório de Migração da Riqueza, que analisa os movimentos migratórios de milionários - pessoas com patrimônio acima de 1 milhão de dólares - ao redor do mundo.
A projeção para 2024 indica que cerca de 800 milionários vão sair do Brasil, que é o sexto país em número de emigrantes milionários. O topo da lista fica com a China, seguida do Reino Unido, Índia, Coreia do Sul e Rússia, respectivamente.
Existem uma série de motivos que podem explicar a fuga de milionários, como, por exemplo, a pressão que o governo chinês faz contra os super-ricos.
Na Rússia, por exemplo, o ambiente de sanções pós-guerra da Ucrânia também pode ter colaborado para incentivar o movimento migratório.
Mas vale lembrar que a saída ou entrada de milionários não corresponde necessariamente à melhora ou piora da situação econômica de uma nação.
China, Brasil e Rússia têm tido crescimento econômico similar ou superior ao primeiro colocado na recepção desses milionários.
Os paraísos dos super-ricos
O maior recebedor de milionários, no caso, são os Emirados Árabes Unidos, um petroestado do Oriente Médio que oferece condições extremamente favoráveis para a presença de super-ricos em seu solo.
A decisão dos milionários de escolher os EAU como destino vem da ausência de impostos sobre rendimentos, vistos facilitados e outras questões que tornam o conglomerado de emirados uma espécie de Suíça do Oriente Médio. Apesar de seguir a Sharia e as leis islâmicas, o país flexibiliza suas regras para que os milionários habitem a região. Mais de seis mil milionários devem se mudar para lá em 2024.
O segundo lugar fica com os EUA, que têm regiões com flexibilização de impostos e são considerados um paraíso fiscal por não compartilhar informações fiscais de suas empresas com outras regiões do mundo. Cerca de três mil milionários devem chegar ao país neste ano, segundo o relatório.
Um estudo de 2012 realizado por várias universidades dos EUA mostrou que o país tem as regulamentações mais brandas para a criação de empresas de fachada - a preferida dos bilionários - em qualquer lugar do mundo, exceto no Quênia. Paraísos fiscais como as Ilhas Cayman, Jersey e Bahamas eram muito menos permissivos do que estados como Nevada, Delaware, Montana, Dakota do Sul, Wyoming e Nova York.