Nesta quinta-feira (9), os argentinos pararam na segunda greve geral contra o governo de Javier Milei. A mobilização foi organizada pela CGT, a maior central sindical da Argentina, e conta com diversos outros grupos de trabalhadores.
O governo de extrema direita fala em mais de sete milhões de participantes na greve, um movimento histórico e bem maior do que o registrado no último dia 24 de janeiro.
Segundo informações da televisão C5N, metrô, de trem e a maior parte das linhas de ônibus de Buenos Aires não estão funcionando, assim como serviços de limpeza urbana.
Estabelecimentos públicos, serviços de grande porte em indústria, petrolíferas também estão parados e mostram uma grande mobilização da sociedade argentina contra a Lei Ônibus.
O governo decidiu ameaçar os grevistas com o corte do dia de pagamento contra os funcionários que pararem em meio à grave situação econômica argentina.
O que querem os manifestantes
No fim do mês passado, a Câmara dos Deputados da Argentina aprovou a versão simplificada da "Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos", a chamada "Lei Ônibus".
O texto está no Senado, onde o governo enfrenta grande oposição, mas poderia ser aprovado sem a pressão popular nas ruas.
A ideia dos grevistas é pressionar os senadores contra o duríssimo pacote de arrocho fiscal e de salários, que também inclui a privatização de cerca de 10 empresas estatais, incluindo a companhia aérea Aerolíneas Argentinas, uma reforma trabalhista, como a ampliação do período de experiência de trabalhadores para 6 meses e a declaração de emergência administrativa, econômica, financeira e energética por um ano, dando ao presidente Milei a possibilidade de atuar por decreto em algumas questões.
O que Milei faz contra os grevistas
O governo Milei, claro, prepara uma série de medidas para tentar conter os efeitos das greves. Ele reforçou sua posição contra os sindicatos que realizam a greve geral e afirmam que considera esta ação uma “medida política”.
Milei também convocou uma reunião do seu gabinete para as 8h30 da manhã. Por fim, o governo irá descontar a jornada de trabalho dos trabalhadores do Estado que participem na greve, qualificando o protesto como “altamente político” e mantendo uma postura inflexível em relação ao mesmo. Isso também encoraja eventuais empresários do setor privado a agir contra os grevistas argentinos.