GENOCÍDIO EM GAZA

Em dura nota do Itamaraty, Governo Lula condena novas ações militares de Israel na Faixa de Gaza

O Ministério de Relações Exteriores aponta que o regime de Benjamin Netanyahu demonstra descaso com os direitos humanos e os apelos da comunidade internacional

Destruição na Faixa de Gaza.Créditos: Saher Madkour
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Em dura nota divulgada na noite desta segunda-feira (6) pelo Itamaraty, o Governo Lula condena novas ações militares de Israel na Faixa de Gaza. No texto, o Ministério de Relações Exteriores aponta que o regime de Benjamin Netanyahu demonstra descaso com os direitos humanos e os apelos da comunidade internacional.

"O Brasil reitera às instâncias de governança global responsáveis pela preservação da paz e da segurança mundial, em particular ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o pleito de que sejam superados a indiferença e o imobilismo que têm permitido o aprofundamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza", diz trecho da nota.

Mais cedo, o Hamas anunciou que aceitou a proposta de mediadores do Egito e do Qatar por um cessar-fogo em Gaza, levando a população local a celebrar. Mas horas depois as autoridades de Israel votaram de forma unânime para atacar Rafah, ao mesmo tempo em que anunciaram o envio de uma delegação ao Cairo para negociar.

Em recente aparição pública, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, deixou clara a posição dos partidos de extrema-direita religiosa dos quais Netanyahu depende para permanecer no poder: "Precisamos destruir Rafah e Nusseirat [campo de refugiados]".

Leia a nota na íntegra a seguir

O governo brasileiro condena o início de operação das forças armadas de Israel contra a cidade de Rafah, na Faixa de Gaza.

Ao optar, com essa ação militar, por deliberadamente intensificar o conflito em área sabidamente de alta concentração da população civil de Gaza neste momento, o governo israelense mostra, novamente, descaso pela observância aos princípios básicos dos direitos humanos e do direito humanitário, a despeito dos apelos da comunidade internacional, inclusive de seus aliados mais próximos. Tal operação pode, ademais, comprometer esforços de mediação e diálogo em curso.

O Brasil reitera às instâncias de governança global responsáveis pela preservação da paz e da segurança mundial, em particular ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, o pleito de que sejam superados a indiferença e o imobilismo que têm permitido o aprofundamento da catástrofe humanitária na Faixa de Gaza.

Ao exortar todas as partes à interrupção imediata da violência e ao engajamento em conversações que propiciem cessar-fogo e libertação dos reféns, o Brasil reafirma seu compromisso com a solução de dois Estados, com base nas fronteiras de 1967, única via capaz de oferecer paz duradoura para os povos de Israel e da Palestina, assim como para a região do Oriente Médio.