HORROR EM RAFAH

IMAGENS FORTES: Israel queimou mulheres e crianças vivas em campo de refugiados em Gaza, diz entidade

Forças militares israelenses deflagraram ataque em Rafah, ao sul de Gaza, considerada "zona humanitária", matando ao menos 35 civis palestinos

Israel teria queimado palestinos civis vivos em Rafah, dizem entidades.Créditos: Reuters/Folhapress
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As forças militares de Israel, além de assassinarem ao menos 35 civis palestinos, neste domingo (26) ao bombardearem uma área demarcada como "zona humanitária" em Rafah, no Sul da Faixa de Gaza, teria queimado mulheres e crianças vivas em um campo de refugiados na mesma região. A denúncia é de entidades dos direitos humanos e autoridades palestinas. 

Vídeos chocantes que circulam nas redes sociais mostram pessoas vivas e mortas com queimaduras sendo retiradas de escombros sob chamas. O governo de Israel afirmou que o "alvo é legítimo", admitiu publicamente que pode ter atingido civis e informou investiga o episódio.

Em publicação nas redes sociais, a organização internacional Médicos Sem Fronteiras se disse "horrorizada" com as cenas registradas após o bombardeio israelense em Rafah. 

"Estamos horrorizados com este acontecimento mortal que mostra mais uma vez que nenhum lugar é seguro. Continuaremos apelando por um cessar-fogo imediato e sustentado em Gaza". 

A ActionAid, organização internacional que atua contra a pobreza no mundo, por sua vez, divulgou um comunicado em que informa ter recebido imagens de corpos de palestinos queimados vivos pelos ataques de Israel. Segundo a entidade, 50 corpos queimados teriam sido retirados do campo de refugiados. 

"Estamos indignados e desolados com os recentes ataques em Rafah Ocidental, onde aviões de combate israelenses lançaram oito mísseis contra abrigos improvisados ??que alojavam pessoas deslocadas internamente (PDI), perto de armazéns da UNRWA que armazenavam ajuda vital. Estes abrigos deveriam ser refúgios seguros para civis inocentes, mas tornaram-se alvos de violência brutal. Crianças, mulheres e homens estão sendo queimados vivos sob as suas tendas e abrigos", diz a entidade. 

"A Defesa Civil em Gaza estima que cerca de 100.000 deslocados internos estejam atualmente nas áreas visadas. Até agora, 50 corpos queimados foram recuperados enquanto pessoas tentavam trabalhar em meio ao fogo intenso. Prevemos que o número de vítimas aumentará. As imagens provenientes dos nossos parceiros de corpos queimados são uma cicatriz no rosto da humanidade e da comunidade global, que até agora não conseguiu proteger o povo de Gaza. Um dos nossos colegas da ActionAid escapou por pouco desta atrocidade, tendo deixado o abrigo apenas um dia antes do ataque. Mas a segurança de ninguém está garantida em Gaza", prossegue o comunicado. 

Veja vídeos e fotos do ataque [ATENÇÃO, IMAGENS FORTES]: 

Ataque em Rafah 

O domingo (26) em Rafah, na Faixa de Gaza, foi de mais cenas de violência e dor decorrentes de bombardeios israelenses. Pelo menos 35 pessoas foram mortas em área demarcada como ‘zona humanitária’ e o próprio Estado de Israel, ainda que tenha alegado que o "alvo é legítimo", admitiu publicamente que pode ter atingido civis e que investiga o episódio.

Depois da destruição da cidade de Gaza e de todo o norte do enclave palestino, Rafah, ao sul, se tornou o último bastião da população civil, local onde se concentra hoje praticamente toda a população. A esmagadora maioria é refugiada.

O bombardeio atingiu o distrito de Tal as Sultan, que já havia sido demarcado como zona humanitária dentro dos parâmetros do próprio exército israelense. O Crescente Vermelho – organização análoga à Cruz Vermelha – confirmou as informações sobre o local, próximo a um prédio da ONU, que supostamente foi delimitado como livre de bombardeios para abrigar civis.

Segundo a Autoridade Nacional Palestina, que confirmou as 35 mortes de civis, o ataque aéreo israelense foi um “massacre abominável deliberado”.

“A realização deste massacre abominável pelas forças de ocupação israelenses é um desafio para todas as resoluções internacionais legítimas”, diz trecho de nota da presidência da ANP divulgado para a imprensa internacional.

Já as autoridades sanitárias do Hamas, partido islâmico-palestino que governa Gaza, afirmaram que a região atacada é um centro de deslocados e abriga cerca de 100 mil pessoas.

O exército israelense, por sua vez, alega que o alvo da operação seria um acampamento do Hamas, mas reconhece a possibilidade de ter atingido civis e diz que investigará o episódio.

“O ataque foi realizado contra alvos legítimos, ao abrigo do Direito Internacional, através da utilização de munições precisas e com base em informações precisas que indicavam a utilização da área pelo Hamas”, disse nota da IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês).