Aproximadamente 300 mil palestinos sobrevivem no norte de Gaza com apenas 245 calorias por dia. Um pão francês de 50g tem 140 calorias.
A maior parte da população do norte da Faixa de Gaza tem sido forçada a sobreviver com uma média de 245 calorias por dia. O montante é inferior a 12% das necessidades médias diárias de uma pessoa estipulado em 2.100 calorias. [Folha]
A fome é aguda e as pessoas estão morrendo silenciosamente dela, enquanto Israel não permite a entrada de ajuda humanitária suficiente. É uma forma de matar em silêncio. O que faz lembrar o poema de João Cabral de Mello Neto:
“E se somos Severinos [palestinos]
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina [palestina]:
que é a morte que se morre
de velhice antes do trinta
de emboscada antes dos vinte,
e de fome um pouco por dia”
Os dados sobre a fome no norte de Gaza foram divulgados em relatório global da Oxfam:
Amitabh Behar, Diretor Executivo da Oxfam Internacional, disse: “Israel está fazendo escolhas deliberadas para matar civis de fome. Imagine como é não apenas tentar sobreviver com 245 calorias todos os dias, mas também ter que observar seus filhos ou parentes idosos fazerem o mesmo. Tudo isto enquanto estavam deslocados, com pouco ou nenhum acesso a água potável ou a uma casa de banho, sabendo que a maior parte do apoio médico desapareceu e sob a ameaça constante de drones e bombas".
A premiada cineasta e documentarista Julia Bacha, especialista em Oriente, denunciou a situação numa entrevista.
"Trezentos mil palestinos estão vivendo e sofrendo no norte de Gaza por causa das ações de Israel, que está bloqueando a entrada de alimentos em caminhões, que estão esperando para alimentar uma população que Israel está propositalmente deixando morrer de fome”