André Ventura, o líder da extrema direita portuguesa, que comanda o partido ‘Chega’, está mais histriônico e agressivo do que nunca com a chegada da eleição legislativa do próximo domingo (10), que deve resultar na formação de um novo governo para o pequeno país europeu. Ele, que gosta de ser chamado de ‘Bolsonaro português’, e sempre atacou de forma violenta e desbocada o presidente Lula (PT), agora resolveu ir além e fazer ameaças diretas ao estadista brasileiro.
Ao se referir ao "25 de abril", Ventura alude ao feriado mais importante de Portugal, o dia da Revolução dos Cravos, que pôs fim à longeva ditadura de António de Oliveira Salazar, e que este ano completa 50 anos.
Te podría interesar
“Se o Chega vencer as eleições legislativas, a 25 de abril de 2024, o senhor presidente do Brasil, Lula da Silva, não vai entrar em Portugal”, disse o extremista durante um comício com a claque ultrarreacionária que o segue durante a campanha. O ‘Chega’ aparece em terceiro lugar na maior parte das pesquisas, mas os dois primeiros colocados, o PSD (direita tradicional) e o PS (centro-esquerda), respectivamente, estão muito próximos à sigla radical, quase numa situação de empate triplo. Parece não haver dúvidas de que a direita sairá vitoriosa do pleito, mas resta saber em que proporção entre moderados e extremistas, e se eles se união para formar um governo, o que o PSD rechaça até o momento.
“Eu garanto-vos que, se eu for primeiro-ministro, o senhor Lula da Silva ficará no aeroporto. E, se insistir, vai para uma cadeia... E isso não será uma grande novidade para ele”, berrou o falastrão de extrema direita, para delírio dos eleitores, que apresentam comportamento muito parecido com o do bolsonarismo no país, permeado por bravatas, mentiras, ameaças de violência e teorias conspiratórias risíveis.
Provocativo, Ventura ainda fez um ataque indireto à classe política de seu país e insinuou, aproveitando o ataque a Lula, que na “terrinha” está cheio de corruptos. “Neste país ainda mandamos nós e neste país ainda escolhemos nós quem vem e quem não vem. Corruptos já temos cá muitos, não precisamos que venham mais de fora”, acrescentou.
Mas se engana quem pensa que a metralhadora de bobagens e gritaria do “Bolsonaro português” parou por aí. Ele fez ameaças também ao presidente de governo da vizinha Espanha, Pedro Sánchez, um político moderado e de centro-esquerda, filiado ao PSOE, que inclusive esteve nesta quarta (6) com o presidente Lula numa visita oficial ao Brasil.
“[Pedro Sánchez] Só entrará quando necessário, porque também não queremos que entre muitas vezes”, disse o bufão.