REUNIÃO BILATERAL

Primeiro-ministro da Espanha rasga elogios a Lula: "Impulso transformador"

Pedro Sánchez foi recebido pelo presidente brasileiro no Palácio do Planalto e anunciou que empresas espanholas estão interessadas em investir ainda mais no Brasil

Pedro Sánchez, chefe de governo da Espanha, e o presidente Lula.Créditos: Ricardo Stuckert
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O presidente de governo da Espanha, cargo equivalente ao de primeiro-ministro, Pedro Sánchez, rasgou elogios ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva após reunião bilateral com o mandatário brasileiro nesta quarta-feira (6), no Palácio do Planalto. 

Sánchez veio ao Brasil em visita oficial para tratar sobre investimentos espanhóis no país, transição energética e perspectivas do acordo entre Mercosul e União Europeia, entre outros assuntos. O chefe de governo da Espanha estava acompanhado de empresários de seu país, que projetam ampliar os investimentos e solo brasileiro. 

“As empresas espanholas reconhecem esse impulso transformador que o presidente Lula dá à economia brasileira e à estabilidade regulatória e também à reforma fiscal que fizeram. É um elemento importante e permitirá captar maior investimento de estrangeiros para este país”, declarou Pedro Sánchez

Atualmente, a Espanha é o segundo principal investidor estrangeiro direto no Brasil, com estoque de US$ 48 bilhões em 2022, e o encontro entre os dois chefes de Estado selou a perspectiva de ampliar esses investimentos. 

Foram assinados quatro memorandos de entendimento para cooperação em diferentes áreas, entre elas comunicações, ciência e tecnologia, educação e energias renováveis. 

“O potencial do Brasil é ilimitado para a geração de eletricidade a partir de fontes limpas como biocombustíveis, eólicas, solar e hidrogênio verde (...) Queremos tornar a indústria brasileira mais competitiva, com o apoio da inovação, da cooperação público-privada e do acesso a financiamentos com custos adequados”, disse Lula. 

Além de investimentos e cooperação em diferentes áreas, Lula e Sánchez trataram sobre o acordo entre o Mercosul e União Europeia. O chefe de governo espanhol se comprometeu a atuar para a viabilização do acordo e afirmou que espera que ele seja concluído em breve.

“Vamos trabalhar juntos para atingir esse acordo que, sem dúvida alguma, vai promover uma mudança na geopolítica global. Isso porque não só estaria sendo criada a maior área de intercâmbio comercial do mundo, mas estariam sendo unidas duas regiões que têm visões muito interessantes para enfrentar os desafios globais de democracia, respeito aos direitos humanos, igualdade de gênero, mudanças climáticas e o desenvolvimento inclusivo das nossas sociedades”, afirmou Sánchez.

“Nós chegamos numa situação em que nós precisamos, politicamente, economicamente e geograficamente, fazer esse acordo. Precisamos dar um sinal para o mundo de que nós queremos andar para a frente. Por isso, estou otimista”, pontuou Lula.

O massacre que vem sendo promovido por Israel na Faixa de Gaza também foi pauta na reunião. Ambos criticaram as ações das forças israelenses contra civis palestinos e defenderam a criação de um Estado da Palestina autônomo. 

Nas redes 

Através das redes sociais, tanto Pedro Sánchez quanto Lula repercutiram a reunião bilateral. 

"Estou muito grato, meu querido amigo Lula, por esta calorosa recepção. O Brasil é um parceiro estratégico e um país amigo. Esta visita fortalece ainda mais as nossas excelentes relações bilaterais. Juntos devemos enfrentar os desafios globais e continuar a lutar pela justiça social e pelos valores da democracia", escreveu o espanhol. 

"É motivo de grande alegria receber o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez. Hoje, pudemos comprovar mais uma vez a grande afinidade entre os nossos governos. Espanha e Brasil são duas grandes democracias que enfrentam o extremismo, a negação da política e o discurso de ódio, alimentados por notícias falsas. Nossa experiência no enfrentamento da extrema direita, que atua coordenada internacionalmente, nos ensina que é preciso unir todos os democratas. A defesa da democracia está inevitavelmente ligada à luta contra todas as formas de exclusão", disse o brasileiro.