Numa decisão que marcará a história, a Suprema Corte dos EUA liberou nesta segunda-feira (4) o ex-presidente Donald Trump para concorrer no pleito de novembro deste ano, que pode reconduzi-lo ao cargo que exerceu entre 2017 e 2021. Trump, expoente mundial da extrema direita, não conseguiu se reeleger, sendo derrotado por Joe Biden, e a partir daí cometeu uma série de crimes para ‘melar’ o resultado da disputa, começando pelo fato de espalhar mentiras em larga escala apontando uma fraude inexistente na eleição, se negando a reconhecer a vitória do opositor e, por último, incentivando seus fanáticos seguidores a tentarem um golpe de Estado, que culminou na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, resultando em cinco pessoas mortas.
A Suprema Corte do estado Colorado havia considerado Trump inabilitado para disputar a eleição deste ano, determinando que seu nome não constasse na cédula, por entender que ele violou a 3ª seção da 14ª emenda da Constituição dos EUA, que proíbe qualquer cidadão de ocupar um cargo público caso já tenha participado de uma insurreição ou rebelião contra os poderes instituídos do país. Semanas depois, os estados do Maine e de Illinois tomaram decisões semelhantes, embora tenham caído antes mesmo do julgamento da Suprema Corte de hoje.
Por 9 votos a 0 (unanimidade), os juízes da mais alta corte judicial dos EUA apontaram que a Justiça estadual não pode tomar decisões que impliquem em outros estados, ou ainda que tenham cumprimento em toda a federação, não analisando exatamente o mérito da participação de Trump na tentativa de golpe de Estado.
“Concluímos que os estados podem desqualificar as pessoas que ocupam ou tentam ocupar cargos estaduais. Mas os estados não têm poder, de acordo com a Constituição, para aplicar a seção 3 com relação a cargos federais, especialmente a Presidência”, diz um trecho final da súmula divulgada pela Suprema Corte.
Trump deve conceder uma entrevista coletiva no resort onde vive, na Flórida, em Mar-a-Lago, ainda esta tarde, que certamente trará mais um de seus ‘showzinhos’ insultuosos contra adversários e cidadãos não alinhados ao seu grupo extremista. Sobre a decisão da Suprema Corte, ele apenas postou “GRANDE VITÓRIA PARA A AMÉRICA”, assim mesmo, em letra maiúscula, em seu perfil na rede social reacionária Truth Social.