A Rússia acusou formalmente a Ucrânia, neste domingo 31, de ter responsabilidade no ataque terrorista que matou 144 civis em um auditório nas cercanias de Moscou.
Em comunicado, o ministério das Relações Exteriores afirmou: "As investigações realizadas pelos órgãos russos competentes demonstram que os indícios de todos estes crimes levam à Ucrânia".
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É uma referência também ao assassinato do blogueiro militar Maksim Fomin, ao ataque à ponte que liga a Criméia à Rússia e à invasão da região russa de Belgorod pelo Corpo de Voluntários da Rússia, milícia organizada por Kiev que Moscou classifica como "terrorista".
Embora vários dos presos pelo atentado no auditório sejam originários do Tajiquistão e o Estado Islâmico tenha assumido a responsabilidade pelo atentado, o Kremlin diz que a Ucrânia financiou a ação e abriria uma janela em sua fronteira para que os assassinos escapassem.
No texto enviado à Ucrânia, a Rússia pede que Kiev prenda todos os envolvidos nos ataques acima descritos, a começar do chefe do Serviço de Segurança (SBU), Vasily Malyuk.
ESCALADA
A postura sugere que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, tem razão quando diz que a Rússia prepara uma nova ofensiva para as próximas semanas.
Recentemente, a Marinha da Ucrânia disse que um terço da frota russa no mar Negro está fora de combate por conta de ataques de drones e mísseis.
O objetivo, afirmou o porta-voz Dmytro Pletenchuk, é afastar os navios russos completamente do mar Negro e do Mar de Azov.
A Ucrânia tem atacado com sucesso o principal porto da Criméia, em Sevastopol.
Além disso, boa parte da infraestrutura de petróleo e gás da Rússia está ao alcance dos ataques de drones de Kiev.
Os Estados Unidos teriam advertido os ucranianos a não atacar refinarias e depósitos de petróleo para não provocar uma disparada nos preços internacionais.
Moscou, por sua vez, voltou a bombardear toda a região ocidental da Ucrânia, inclusive Kiev, nas últimas semanas.
Os principais objetivos militares tem sido a infraestrutura de energia, inclusive hidrelétricas e termelétricas, causando apagões em várias cidades do país.
Como Odessa é o maior porto da Ucrânia no mar Negro e a origem dos ataques à frota russa, analistas militares acreditam que uma das prioridades russas nos próximos meses será conquistar a cidade.
O recém reeleito presidente Vladimir Putin teria como objetivo avançar suas tropas até a linha imaginária entre Odessa, Dnipro e Kharkiv, para só em seguida considerar qualquer proposta de negociação.
Apelando ao presidente Joe Biden, Zelensky admitiu em recente entrevista ao Washington Post:
Se não houver apoio dos EUA, significa que não teremos defesa aérea, nem mísseis Patriot, nem bloqueadores para guerra eletrônica, nem munições de artilharia de 155 milímetros. Significa que vamos voltar atrás, recuar, passo a passo, em pequenos passos.