Três aviões militares dos Estados Unidos despejaram alimentos hoje na Faixa de Gaza, conforme anunciado ontem pelo presidente Joe Biden.
Segundo a AFP, foram "66 pacotes de refeição no total, sem carne de porco", acrescentando que ainda não há informações sobre quantas toneladas foram entregues. De acordo com a CNN, os pacotes não contêm água ou medicamentos.
— Realizamos um lançamento aéreo combinado de assistência humanitária em Gaza — disse à AFP um funcionário do Comando Central dos EUA na região (Centcom) sob condição de anonimato.
Esta vai ser a notícia em todos os jornais de nossa mídia, sem ponderar que a ajuda dos EUA não é nada comparado ao que é dado a Israel para destruir Gaza e matar, até o momento, mais de 30 mil palestinos, 70% deles mulheres e crianças, e ferir e desaparecer com outros 70 mil.
São 66 "pacotes de refeição" por um lado e 65 toneladas de bombas lançadas sobre Gaza por Israel, com armas vindas e/ou financiadas pelos Estados Unidos.
Apenas no mês de novembro do ano passado, a Câmara dos EUA aprovou uma ajuda de US$ 14 bilhões a Israel para continuar o genocídio que horroriza o mundo.
O que representam esses "pacotes", que não têm água nem medicamentos, se os Estados Unidos votam contra decisão da ONU de exigir um cessar-fogo imediato de Israel, que com isso continua a cometer seus crimes de guerra, como ontem, quando assassinou mais de uma centena de palestinos famintos que brigavam por pacotes de farinha de caminhões de ajuda humanitária?
É a hipocrisia usual dos Estados Unidos, que apoiam a destruição para depois venderem reconstrução. No caso de Gaza, nem isso.
Toda ajuda aos palestino em Gaza é válida. Mas a dos EUA deveria vir acompanhada de uma exigência de um cessar-fogo humanitário imediato para que possam entrar centenas de caminhões com ajuda em alimentação, água e medicamentos.
São quase dois milhões de pessoas em desespero. 800 mil crianças. Várias feridas, amputadas e órfãs, vítima de genocídio por Israel, que o governo dos EUA encampa e financia.