Muita gente não sabe, mas não é de hoje que o território palestino de Gaza está ocupado por Israel. Há postos que impedem a livre circulação dos palestinos em seu território, prisões arbitrárias e roubo de terras palestinas por colonos israelenses, que alegam que a terra é deles, segundo seu livro sagrado.
Exatamente por ser território ocupado, por ter suas terras de melhor qualidade roubadas por colonos israelenses, o povo de Gaza há anos vive de ajuda humanitária internacional para sobreviver.
Antes do 7 de outubro, quando houve o ataque do Hamas, entravam 500 caminhões com ajuda humanitária por dia em Gaza. Após o 7 de outubro, Israel cortou não apenas a entrada desses caminhões, como também o fornecimento de água e luz. Mandou em troca intensos bombardeios, matando e destruindo tudo, de escolas e universidades a hospitais e até templos religiosos cristãos e muçulmanos.
Se já vivia no inferno, com a guerra a situação dos palestinos piorou muito. São quase dois milhões em insegurança alimentar e um milhão e meio passando fome e sede.
Hoje, diante da reclamação mundial, Israel permite a entrada de 155 caminhões/dia — menos de um terço do que entrava antes, e após meses sem nada. Neles, além de alimentos, há medicamentos e outros itens indispensáveis, que faltam em Gaza. Mas muito aquém da necessidade da população, que, literalmente, morre de fome.
Essa é a nova estratégia de Netanyahu e do governo de Israel. Diante da grita mundial contra os bombardeios sobre a população civil, a fome passou a ser a arma usada por Israel para matar os palestinos em Gaza.
A denúncia é do Chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell. Por isso é urgente um cessar-fogo e uma abertura para a entrada de ajuda humanitária já.