O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) de Javier Milei foi rejeitado pelo Senado da Argentina na última quinta-feira (17). Ele vai passar pela Câmara dos Deputados, onde também deve ser solenemente rejeitado pela classe política argentina.
Para quem não se lembra, o DNU foi o texto usado por Milei para legalizar o pagamento de aluguéis e salários com espécies ao invés de dinheiro.
O texto tinha entrado em vigor como uma espécie de Medida Provisória, mas não havia passado no Congresso. Após uma troca de farpas entre a vice-presidente Villarruel e Milei, que já racharam, o extremista de direita perdeu a batalha e está sem nada nas mãos.
A lei ônibus, um pacotaço legal que visava privatizar tudo na Argentina, foi rejeitada na Câmara e no Senado. Agora, o DNU - considerado de mais fácil aprovação pela base - também deve cair.
Para tentar aprovar o projeto, ele quer constranger os políticos que votarão contra o pacote neoliberal.
“Não acreditamos que o DNU caiu, e também está claro que, se cair, quem derrubar o DNU sofrerá o mesmo destino que os nomes vermelhos pelo que aconteceu no Senado ", declarou o presidente. “Deixe-os assumir o controle daquilo em que votam. Vamos expô-los”, disse o presidente.
O que Milei pode fazer? Tentar negociar com os governadores e criar um ambiente de colaboração política pelo menos com a centro-direita seria uma das opções. Mas não é o que parece em primeira vista.
Outra estratégia seria enviar diferentes leis para o Congresso de forma a aprovar pelo menos alguns de seus projetos, que foram integralmente rejeitados no parlamento.
Segundo a imprensa, Milei prepara mais um pacote gigantesco como o DNU e vai tentar governar por decretos sem a anuência do Congresso.