Uma brasileira de 38 anos, o namorado, de 42, e o filho dela, de 20, foram presos na última terça-feira (5) pelo FBI, em Boca Ratón, na Flórida, nos EUA, por promover o estupro de crianças e transmitir as imagens em lives para pessoas que pagavam para assistir ao crime. As informações são da imprensa norte-americana.
Walkiria Cassini, seu companheiro, Ryan Londono, e o filho dela, Matthew Cassini, foram detidos num imóvel onde a brasileira residia após uma longa investigação das autoridades daquele país, que encontraram na casa tripés e outros equipamentos, como notebooks e câmeras, que era usados para fazer as transmissões ao vivo, além de aparelhos que realizam as cobranças dos interessados em assistir os atos bárbaros.
A prática perdurou por anos, já que uma das vítimas, atualmente com 14 anos, revelou ao juiz do caso que era abusado desde os 9. Um outro menino, de 7 anos, contou que também vinha sendo estuprado desde os 5. As circunstâncias que levaram esses menores a terem contato com os criminosos, assim como algum grau de parentesco ou de amizade com seus pais, não foram reveladas pelo FBI.
Donald Hafele, o magistrado responsável pelo processo na Corte de Palm Beach, se disse absolutamente chocado com o caso, ainda que tenha anos de experiência no Judiciário e tenha recebido os mais variados e dantescos episódios de prática de crime.
“Nos últimos 25 anos, eu vi praticamente de tudo, então chocar a consciência do tribunal é francamente uma proposição difícil”, afirmou Hafele em uma das sessões, acrescentando ainda que, pelos anos de estupro que se arrastaram, e o possível envolvimento de outras vítimas no passado, “a extensão do delito provavelmente nunca será conhecida”.
O depoimento de um dos garotos apontou para uma dinâmica sempre repetitiva, confirmada pela outra vítima, de que eles eram retirados de uma cama do imóvel para serem abusados na frente de um computador conectado a uma câmera, o que fez a polícia imaginar imediatamente que as cenas eram transmitidas via internet em tempo real para alguém.
As crianças afirmaram que era comum os atos de estupro acontecerem com homens assistindo pelo computador e conversando com os abusadores. Em muitos casos, contou a menino mais velho, eram vários espectadores simultaneamente.
O FBI entrou no caso após receber denúncias sobre o crime e procedeu oficiando responsáveis das redes TikTok e X, além da gigante Google, para que auxiliasse na busca por arquivos do tipo que tivessem circulado nessas plataformas. Os federais já têm certeza que o material era comercializado, mas não informações ainda de suspeitos ou de prisões entre os consumidores do dantesco material.
Walkiria, Ryan e Londono seguem presos por determinação judicial sem direito a fiança e responderão aos crimes de abuso sexual, exploração sexual de menores e formação de quadrilha.