Em 6 de novembro, na Cidade de Gaza, um soldado de Israel matou um idoso palestino desarmado com quatro tiros dentro de uma casa.
O vídeo da câmera que fica no corpo do soldado foi divulgado pela rede árabe Jazeera.
Além das imagens do homem morto no chão, as cenas mostram o soldado descrevendo o episódio para colegas e recebendo parabéns.
"Excelente", diz um colega.
Na descrição do próprio soldado, o homem se dirigiu a ele balançando as mãos.
Trata-se de Atta Ibrahim Al-Muqaid, de 73 anos, surdo-mudo de nascença.
O corpo dele está desaparecido.
Em novembro, forças de Israel ocuparam parcialmente o bairro onde o surdo-mudo morava.
De acordo com a Jazeera, naquele período cerca de 50 palestinos foram mortos e suas casas saqueadas no bairro.
Os corpos teriam sido enterrados em uma vala comum.
Regra
O assassinato do idoso palestino não é exceção.
O New York Times, insuspeito quando se trata de Israel, fez uma longa reportagem com vídeos publicados nas redes sociais por soldados de Israel em que eles agem de maneira a desumanizar e fazer pouco caso do sofrimento dos palestinos.
Isso resulta também do clima de ódio suscitado por lideranças de Israel em relação não apenas ao Hamas, mas a todos os palestinos sob ocupação.
Uma pesquisa recém-divulgada pelo Instituto da Democracia de Israel revela que 75% dos israelenses apoiam uma ofensiva terrestre do país em Rafah.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu a ofensiva para o Ramadã, o mês sagrado para os muçulmanos que começa neste domingo, 10.
Netanyahu alega que quem é contra a ofensiva é contra Israel vencer a guerra contra o Hamas.
Os Estados Unidos e a União Europeia se opõem à ofensiva, uma vez que centenas de milhares de civis palestinos estão refugiados em Rafah.
O mesmo instituto revelou que 68% dos israelenses eram contra dar ajuda humanitária aos palestinos de Gaza.
Outra pesquisa, divulgada em dezembro, mostrou que apenas 9% dos israelenses se opunham totalmente aos esforços para forçar imigração voluntária em Gaza.
É neste contexto que os soldados de Israel agem em Gaza, com amplo apoio de seus círculos sociais e quase garantia de impunidade.